Cobrado pelo PT para abrir mão da presidência do Senado, o PMDB reagiu exigindo mais cargos e reafirmando que quer o comando da Casa. "Vai ser muito difícil o PMDB abrir mão de indicar o presidente do Senado", disse ontem o líder da bancada peemedebista, senador Valdir Raupp (RO). Ele entende que as regras regimentais e a tradição da Casa garantem o comando do Congresso ao PMDB e mais: avalia que o espaço que o partido ocupa hoje, no governo de coalizão, é menor que o tamanho e a força que a legenda conquistou nas urnas.
É esta a resposta do líder peemedebista à cobrança do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) para que o PMDB apóie a candidatura do petista Tião Viana (AC) a presidente do Senado. Em entrevista ao Estado, publicada ontem, Mercadante lembrou que a bancada do PT trabalhou pela coalizão e foi generosa com os senadores do PMDB, que comandam dois ministérios e o setor elétrico, além de duas lideranças do governo. "O PT foi leal com o PMDB nos últimos seis anos e espera reciprocidade", disse o petista.
"Querer que se cumpram as regras do jogo não é falta de lealdade", reagiu Raupp, ao lembrar que, no início do governo Lula, o PMDB ficou dois anos na base governista sem ter cargo. "Nem por isto fomos menos leais ao governo", rebate. Todos os partidos, acrescenta o líder, respeitam a tradição e o regimento interno que conferem à maior bancada o direito de indicar o presidente do Senado.
Em defesa da candidatura Tião Viana, os petistas argumentam, ainda, que o fortalecimento do PMDB nas eleições municipais se deve também à aliança com um governo popular e bem avaliado. Raupp admite que o reforço das urnas "pode ter sido, em parte, pela inserção do partido em um governo que está dando certo". Mas pondera que o desempenho "extraordinário" nas eleições também se deve ao fato de o povo ter reconhecido a responsabilidade do partido em ajudar o governo e o País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Agência Estado