O deputado estadual Marcelo Lelis (PV) defende a realização de eleições diretas para sucessão governamental do Estado. Nesta manhã de terça-feira, 30, o parlamentar fez um pronunciamento na Tribuna da Assembleia Legislativa (AL) propondo a participação popular no processo de escolha do próximo chefe do executivo estadual.
Durante discurso, Lelis citou a Constituição Estadual e o entendimento dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o relator Felix Ficher e o presidente Carlos Aires Brito, como favoráveis a proposta eleições diretas no Tocantins. Para o deputado, é preciso ouvir a sociedade para decidir o futuro político e administrativo do Estado.
“Convido essa Casa a escutar as câmaras municipais, os empresários, os intelectuais, os artistas, os sindicatos, as associações, os policiais, os religiosos, os estudantes e tantos outros que certamente expressarão como querem que as decisões aconteçam nesse curto e decisivo período para o presente e o futuro do Tocantins” explicou Lelis.
A seguir o pronunciamento do deputado estadual Marcelo Lelis (PV)
Palmas, 30 de junho de 2009.
Discurso proferido da tribuna da Assembleia Legislativa (AL)
Depois de uma semana muito difícil na minha vida pessoal e familiar quando me despedi de uma das pessoas que mais amo na vida a minha mãe, quero aproveitar esse momento para em nome da minha família agradecer as inúmeras mensagens, telegramas , telefonemas e abraços de solidariedade que recebemos bem como a moção de pesar assinada por todos os deputados e deputadas dessa casa , e em especial agradecer aos amigos Deputada Luana Ribeiro a o presidente Carlos Gaguim que puderam ir a Goiânia nos confortar pessoalmente.
Posto isso quero dizer que pensei muito sobre o também muito difícil momento vivido pelo nosso Estado. O nosso povo tem passado por grandes dificuldades. Em vários setores do governo, as evidencias de corrupção se sucedem dia a dia, e o mais novo estado da federação não sai das manchetes nacionais com noticias que envergonham a todos.
O desfecho tardio dessa historia aconteceu no dia 25 próximo passado , quando a mais alta corte eleitoral do Brasil julgou o mais claro caso de fraude eleitoral desse pais.
Os tocantinenses de norte a sul de leste a oeste, de Esperantina a Talismã, de Araguacema a Lizarda assistiram naquela madrugada a confirmação inquestionável do que sempre souberam, o resultado das eleições de 2006 não representou a vontade popular.
Baseado nessas palavras tão importantes em uma democracia eu pergunto, qual é a vontade do nosso povo nesse momento? Os tocantinenses querem que nós aqui nesse plenário escolhamos o próximo governador, ou o povo quer exercer a cidadania plena e escolher pelo voto direto o próximo comandante do Tocantins?
Tenho muito orgulho de fazer parte dessa casa , respeito todos os deputados e deputadas que foram legitimamente escolhidos pelo povo para representá-los.
Dentro desse princípio ,o princípio de que nós temos essa responsabilidade de reproduzir a vontade daqueles que nos delegaram a tarefa de representá-los é que me sinto na obrigação de deixar claro a minha posição pessoal a favor da democracia plena,onde cada homem e mulher dessa terra possam ter resguardado o direito de expressar pessoalmente através do voto a sua vontade, até porque por mais que nos esforcemos será muito difícil se não impossível reproduzirmos a decisão de cada eleitor desse Estado nesse plenário.
O nosso pais já lutou muito por esse direito desde a abertura do regime militar em 79, além disso, nós vimos a dúvida no pleno do TSE já na madrugada do dia 26 quando se decidiu sobre a forma da eleição. Dúvida essa que se avolumou quando verificamos que o artigo 81 da constituição federal que embasou tal entendimento e o artigo da 39 da nossa constituição estadual que trata do mesmo assunto dizem “se a vacância dos cargos ocorrer nos últimos dois anos de mandato a eleição será feita 30 dias depois de declarada a vaga, na forma da lei”,e sabemos que essa lei, que essa regulamentação não existe, vale lembrar o voto do relator ministro Felix Ficher e a convicção do presidente ministro Aires Brito de que a convocação de eleições diretas é a decisão correta.
Por fim nesse momento em que a cautela, a coerência e o equilíbrio devem ser a tônica desse plenário, nesse momento em que como bem disse o senador João Ribeiro é preciso união da classe política, para que sigamos em frente, convido essa casa a escutar com atenção os diversos seguimentos da sociedade, as câmaras municipais, os empresários, os intelectuais, os artistas , os sindicatos, as associações, os policiais, os religiosos,os estudantes e tantos outros que compõem a nossa sociedade que certamente expressarão as suas posições sobre como querem que as decisões aconteçam nesse curto e decisivo período para o presente e o futuro do Tocantins.
Que seja feita a vontade do povo.