Por que falar sobre jornalismo científico? Por que divulgar ciência no Brasil? Antes de iniciar essa discussão, é importante responder a esses questionamentos. É necessário desmistificar esse tipo de informação, fazer com ele saia do mundo acadêmico e possa atingir o grande público.
O jornalismo científico é tema de grande importância para o mundo atual. O espaço para textos, artigos e comentários que envolvem ciência tem aumentado bastante no cenário nacional nos últimos anos. Quando se fala em jornalismo científico, muitas pessoas o confundem com divulgação científica. É importante, atentar para essas definições, pois jornalismo científico e divulgação científica não são a mesma coisa, embora estejam muito próximas. Elas são destinadas ao grande público, com a intenção de transmitir informação de pesquisa, inovação, ciência e tecnologia. Mas a divulgação científica se difere por não ser jornalístico. O jornalismo científico está relacionado à divulgação da ciência e tecnologia, através dos meios de comunicação, tendo por base os princípios jornalísticos.
O jornalismo científico brasileiro tem se profissionalizado nos últimos anos a partir, da contribuição das Universidades e Fundações de Apoio à Pesquisa (FAPs), que vêm promovendo o desenvolvimento desse segmento jornalístico, através de cursos, publicações e incentivo a pesquisa. A internet tem sido um espaço de muita utilidade para o desenvolvimento do jornalismo científico, com o surgimento de diversos sites, portais, blogs e revistas eletrônicas – é o caso do "O Jornal da Ciência" e do blog "Informação da Ciência", que tem contribuído para a democratização da informação científica.
No Brasil já começa a surgir um investimento no conhecimento sobre o jornalismo científico. Tendo em vista que a sociedade lhe exige, cada vez mais, um alto nível de profissionalização.
O jornalismo científico no Brasil tem se difundido bastante. Não é necessário fazer uma análise muito profunda para constatar. Apoiados em alguns indicadores, entre eles, uma política de descentralização do Governo Federal de investimentos em ciência e tecnologia para as regiões do Brasil.
As publicações especializadas na área têm aumentado, os cursos de especialização têm surgido nas universidades, podemos citar a da UFC em parceria com a Funcap e da Unicamp, que já está bem estruturada, com possibilidades de se tornar um mestrado futuramente. Como também o primeiro curso de especialização à distância em jornalismo científico, criando em 2007, na Univap.
Uma questão que ainda deve ser muito discutida, para uma melhor compreensão do jornalismo científico, seria a relação entre os cientistas/pesquisadores e os jornalistas/divulgadores. No Brasil ainda existe uma certa incompreensão, de quem faz e quem divulga ciência.
Um outro problema na produção do jornalismo científico é falta de capacitação do profissional que cobre ciência e tecnologia. É interessante pensar sempre além do entrevistado, para não se tornar apenas um porta voz do pesquisador.
Apesar das diversas questões discutidas durante o texto sobre o fazer científico. Talvez seja necessário partir para uma reflexão mais crítica, analisando todo o seu contexto.
Com a revolução científica que vivemos, conhecida como a III Revolução Industrial, e a crescente globalização que vem ocorrendo no mundo. Fica aqui um questionamento, será que os jornalistas de hoje conseguirão ter uma qualificação profissional adequada, para acompanhar os diversos acontecimentos da ciência e tecnologia pelo mundo? Estarão eles, aptos a produzir jornalismo científico?
(Gustavo Santos)
Historiador e estudante de Comunicação.