Na última segunda-feira, 21, em solidariedade ao trabalhadores sem terra, várias lideranças políticas, intelectuais e líderes de organizações, redigiram um manifesto em defesa da democracia e do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), frente à iniciativa dos ruralistas de criar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o Movimento e os recursos públicos destinados à Reforma Agrária no país.
Cabeças como Plínio de Arruda Sampaio, Osvaldo Russo, Hamilton Pereira, Alípio Freire, Heloisa Fernandes, Antônio Cândido, Leandro Konder, Fábio Konder Comparato, Fernando Morais, Jacques Alfonsin, Nilo Batista, Eduardo Galeano (Uruguai), István Mészáros (Hungria), Miguel Urbano (Portugal) e Vandana Shiva (Índia), Dom Ladislau Biernaski (Presidente da CPT), Dom Pedro Casaldáliga (bispo emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia), Frei Betto e Leonardo Boff, são apenas alguns dos muitos nomes que já assinaram o manifesto.
Para os integrantes do MST, bastou cobrar o cumprimento da pauta de reivindicações apresentada ao governo Lula em 2005 e exigir a atualização dos índices de produtividade agrícola, como estabelece a Constituição Federal, para que viesse a reação dos setores mais conservadores do Congresso Nacional e da sociedade brasileira.
Segundo o MST, liderados pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO) e os deputados federais Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS), os setores conservadores começaram a orquestrar uma nova ofensiva contra os Trabalhadores Rurais sem Terra.
Na frente da luta político-ideológica os parlamentares ruralistas protocolaram mais uma CPI contra o MST - a terceira em menos de 5 anos. Para o Movimento, se trata de uma represália à ousadia de terem solicitado a atualização dos índices de produtividade agrícola, “que poderá beneficiar os proprietários rurais que realmente produzem em nosso país”, afirma o MST em nota.
Para o Movimento dos Trabalhadores sem Terra, com a atualização dos índices de produtividade, os que não produzem, certamente, terão dificuldades de acessar os recursos dos cofres públicos.
Sobre a acusação de malversação dos recursos públicos destinados à Reforma Agrária, para justificar a CPI, O MST argumenta que é direito dos ruralistas fazer esse questionamento, mesmo sabendo que a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que a senadora Kátia Abreu preside, financiou a campanha eleitoral da senadora e até hoje nunca foi investigada.
Abaixo segue o texto do Manifesto e as assinaturas. Para assiná-lo e promover a divulgação basta entrar em: http://www.petitiononline.com/manifmst/petition.html.
(Umberto Salvador Coelho)