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Opinião

Foto: Divulgação

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Situação dúbia a se avaliar. Responda: o imenso número de eleitores é corrupto porque um percentual enorme de políticos é ladrão? Ou um percentual enorme de políticos é ladrão porque o imenso número de eleitores é corrupto?

A cena que a televisão mostrou outro dia foi bastante deprimente. Um prefeito recebendo propina de um empresário da construção civil. Simplesmente por aquele ter concedido a este, a construção de uma creche na cidade de Monte Castelo, no estado de São Paulo.

Mas os repórteres que participaram desta matéria caíram de pau no tema e no ingênuo gestor. Como sempre. E pobre do acusado. Sumiu do mapa. Ele mesmo se achou exclusivo nesta arte. É tanto que se licenciou do cargo.

E o empresário certamente se achou o mais probo do mundo. Indague-o sobre quantas pequenas propinas ele repassou antes de tomar aquela atitude! Mas a exigência do prefeito foi maior do que o combinado. Então o empreiteiro se sentiu no direito de agir daquela maneira. Descumprir trato sai caro.

Seria Monte Castelo a única cidade do Brasil que tem malversação de dinheiro público? Monte Castelo: quantas têm no Brasil? Monte Castelo, lá no interior de São Paulo, consistiria o ovo “indez” da corrupção? Aquele que serve de guia para os outros ovos serem botados? Claro que não.

Exemplo de falcatruas é o que não faltam. Um bom número de prefeitos que geriram nossas prefeituras nos últimos mandatos está sob acusação de desvio de recursos em alguma estância do Judiciário. E até hoje não se tem notícia de nenhuma penitência sobre os acusados. Nem fugiram ou se quer licenciaram-se como aquele gestor de Monte Castelo. Governaram até o fim. Ao contrário. Todos estão muito bem. E sobrevivendo com aquele dinheiro desviado.

E o pior é que não se tem perspectiva de melhora. Como assim? Tanto o corrupto como o corrompido estão entrelaçados. É uma teia semelhante a uma estrada de mão tripla. O ora candidato recebe financiamento do empreiteiro prá comprar o eleitor. Após a eleição, este recebe na bandeja as obras da gestão prá recuperar o dinheiro do financiamento da campanha. Aquele dinheiro que foi usado para comprar o eleitor. Triste, né?

Lembra-se daquela dúvida do primeiro parágrafo? Até quem escreveu este texto continua fazendo confusão de quem é o exato bandido. Se o eleitor que se vende. Ou o eleito que compra. Ninguém poderá cobrar nada. “Uma mão lava a outra”. Além dos prazos para a apuração dos fatos que são longos. Os vereadores pediram quatro meses para verificar se são verdadeiras as imagens. - Acorda prefeito! Vai cumprir seu mandato. Esquece o povo, que ele esquece.

Arimatéia Macêdo – www.arimateia.com