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O advogado que ajudou resgatar as pessoas presentes no acidente que causou a morte do ator, humorista e compositor Arnaud Rodrigues, relatou em entrevista ao Conexão Tocantins, as dificuldades na hora do salvamento das vítimas.

Remilson Ayres Cavalcante, de 52 anos estava com a família na chácara de sua irmã, vizinha à chácara do prefeito de Palmas, Raul Filho, onde Arnaud estava com a família e amigos, na margem do lago. O advogado disse que foi o destino que o mandou pra o local do acidente. “Eu nem ia pra lá” disse. Cavalcante disse ainda que o vento estava muito forte enquanto estavam todos tomando banho no lago, quando percebeu alguma coisa boiando na água. “O vento estava muito forte e as ondas muito altas”, disse. O advogado então reuniu alguns sobrinhos e, na lancha do cunhado, foi em direção ao acidente.

Cavalcante, que tem experiência em navegação, relatou ainda que o naufrágio aconteceu à aproximadamente 500 metros da margem onde ele se encontrava, mas que as péssimas condições do tempo dificultaram o acesso ao local. “nós demoramos uns 40 minutos para atravessar 500 metros”, relatou na entrevista. O advogado relatou ainda que a primeira pessoa a ser resgatada da água foi a esposa de Arnaud, Celeste Rodrigues. Segundo o advogado, a maior preocupação de Celeste era com as crianças que estavam no barco.

De acordo com Cavalcante, não houve negligência na viagem com a embarcação de Arnaud Rodrigues, e que todos ali estavam com coletes salva-vidas. “Quem não estava usando, estava segurando porque tirou pois a gasolina do barco estava vazando”. O advogado disse que foram momentos de terror passados nas águas do lago. Segundo ele, eram ondas de mais de 2 metros de altura que enchiam de água a lancha onde estava.

Cavalcante se emociona ao lembrar do amigo Arnaud Rodrigues. Ele relata que tentou ressuscitar o artista, mas que não adiantou. “Foi um amigo que eu perdi”. o advogado falou ainda da mistura de alegria por ter salvado tantas pessoas e da frustração por ter perdido o amigo. “Me senti impotente”.

O advogado relata ainda, que, quando o Corpo de Bombeiros chegou, já estavam todos fora do lago e que os feridos já estavam sendo tratados, mas que compreende a demora no atendimento pela dificuldade de se chegar ao local. Ele ainda se mostrou indignado com o tratamento recebido por parte dos soldados lá presentes. “Eles pegaram o motor da lancha do meu cunhado e deixaram na beira do lago, nem devolveram. A lancha naufragou”, disse.