O Estado do Tocantins tem uma condição fundamental para o desenvolvimento, considerando o cenário mundial de aquecimento global: pode crescer de maneira sustentável. Esta foi uma das várias conclusões a que chegou o Estudo sobre a Cobertura e Uso da Terra, apresentado pela Seplan – Secretaria Estadual do Planejamento nesta terça-feira, 13, em Palmas.
Resultado de uma das ações do PDRS – Projeto de Desenvolvimento Regional Sustentável, executado pelo governo estadual com financiamento do Banco Mundial e recurso estaduais, o estudo foi feito a partir da interpretação de imagens de satélite e reconhecimento em campo das paisagens, para mostrar como aconteceu a dinâmica de ocupação e uso da terra no Tocantins, de 1990 a 2007.
O trabalho gerou uma gama de informações na forma de centenas de mapas, planilhas com cruzamento de dados econômicos e sociais do Estado para traçar relações entre a ocupação da terra, aumento populacional e desenvolvimento econômico.
Para o secretário estadual do Planejamento, David Siffert Torres, uma das conclusões principais do estudo representa uma prioridade para o governo. “O estudo deu ênfase às paisagens antropizadas, ou seja, que sofreram intervenção do homem. É importante destacar que o estudo mostrou que o nosso Estado pode se desenvolver sem precisar desmatar novas áreas e isto vai nitidamente de encontro às prioridades do Planejamento Estratégico do Tocantins, que o governo está elaborando, que é um desenvolvimento para os próximos 30 anos com sustentabilidade”, afirmou o secretário.
O estudo mostrou que as áreas antropizadas no Tocantins eram, em 1990, 21,66% do território do Estado, enquanto que em 2007 esse índice subiu para 32,78%. Ou seja, em 2007, praticamente um terço da área do Tocantins sofreu alguma intervenção do homem, seja para atividades agrícolas, pastagens, pecuária, urbanização, entre outras finalidades. Em relação ao desmatamento nas áreas de Cerrado, nos últimos 17 anos, esse índice foi de 11%. Dentro dessas áreas antropizadas e desmatadas no Cerrado, uma boa parte está sendo subutilizada ou não utilizada, o que proporciona áreas propícias às atividades econômicas.
De acordo com o diretor de Zoneamento Ecológico Econômico da Seplan, Rodrigo Sabino, a metodologia de informação e execução empregada no estudo é inédita no Brasil. “Além disso, a base de dados permitirá ao governo a elaboração e monitoramento de políticas públicas nas áreas de ordenamento territorial, gestão de recursos hídricos, licenciamento ambiental, orientação para expansão agropecuária, entre outros aspectos”, explicou.
Todas as informações geradas pelo Estudo de Cobertura e Uso da Terra são públicas e estão à disposição da população interessada nas informações. O governo estadual disponibilizará aos órgãos os resultados dos estudos. Entretanto, pelo grande volume de dados, as secretarias que quiserem cópia do material, deverão levar um disco rígido (HD) à Seplan para copiar as informações.