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Cultura

Foto: Divulgação

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O poeta e jornalista Gilson Cavalcante faz lançamento de seus dois mais recentes livros de poesia, durante o Festival de Música de Porto Naiconal: “O Bordado da Urtiga”, prêmio da Bolsa Maximiano da Matta Teixeira, edição 2008, mas editado em 2009, e “Anima Animus – O Decote de Vênus”, colocado no mercado no dia 31 de dezembro do ano passado, em Taquaruçu. O festival acontece nos próximos dias 9 e 10, evento do qual o poeta fará parte do corpo de jurados.

No entendimento da educadora, poeta, biógrafa e crítica literária brasileira, Darcy França Denófrio, que dedicou trinta anos de sua vida ao magistério, destacando-se como professora de Teoria Literária nos cursos de graduação e pós-graduação da Universidade Federal de Goiás, “fico imaginando, entre outras coisas, que Gilson Cavalcante deva ser um poeta bem informado”.

“A obra Anima Animus ou O Decote de Vênus pressupõe conhecimento da teoria da Estrutura da Psique, de Carl Gustav Jung. No Processo de Individuação de Jung, a confrontação ou enfrentamento da anima (feminilidade inconsciente no homem) ou animus (masculinidade inconsciente que existe no psiquismo da mulher) é a terceira etapa desse processo e que, aliás, precede o momento de totalização do ser (e não de perfeição), ou seja, o do alcance do self (=si mesmo). O self passa a ser o centro da personalidade. Aquele que busca individuar-se (e não tornar-se perfeito) já desvestiu a máscara (a aparência artificial), já passou pelo enfrentamento da sombra (nosso lado escuro, as coisas que não aceitamos em nós)”, considera a crítica breve de Darcy.

Darcy França Denófrio vai mais além sobre o livro Anima Animus: “Já houve o confronto entre consciente e inconsciente. Atingiu o self. Sabe conviver pacificamente com as tendências opostas, irreconciliáveis, inerentes à natureza humana. Intrigante um livro, feito por um homem, tendo como tema o universo feminino. Achei interessante você dizer que no início do livro (se é que entendi bem), Eva assume o "eu lírico". Para um homem, esta é uma senhora proeza.

Enfim, estamos no terceiro milênio. Chico Buarque foi capaz disto bem antes desse poeta”.

Poeta, escritor, crítico literário e membro da Academia Goiana de Letras, Brasigóis Felício Carneiro fez as seguintes considerações sobre o mais recente livro do poeta Gilson Cavalcante: “Coletânea de poemas que li com deleite, como um apreciador de boa poesia o faria, ao se deparar com textos de boa fatura poética, de autor naturalmente dotado para o cultivo da arte maior da literatura. De há muito aprecio a poética deste autor tocantinense, hoje vivendo e trabalhando em Palmas, depois de boas e produtivas jornadas em Goiás, onde teve boa passagem pelo jornalismo e nas lides culturais, sempre generoso e aberto às boas novidades”.

Brasigóis diz que Gilson Cavalcante escreve versos simples, mas não simplórios. “Ele tem domínio do verso, tem humor, sabedoria, e uma verve meio satírica, o que o faz palatável aos viventes humanos dotados de sensibilidade e recepção para a arte poética. Já pelo título se vê que todo o livro tem como tema único o plural universo feminino. O poeta abre o volume com um texto da poetisa Yêda Schmaltz, a quem homenageia mais uma vez, no corpo do livro: “Esta vontade de morder o mundo/e o mar que me afoga/as mulheres estão continuando/no sofrimento do amor,/que droga/mulher não presta para nada/a não ser para chorar/”. (In Baco e as Anas Brasileiras).