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Cultura

Foto: Emerson Silva

Foto: Emerson Silva

O Tocantins possui uma população de mais de 10 mil indígenas de sete etnias distribuídas em aproximadamente 100 aldeias em todo o Estado, além dos índios urbanizados. Os Karajá e Javaé somam cerca de três mil índios.

Reconhecendo a importância da preservação e valorização da cultura indígena, a Fundação Cultural do Tocantins e a Prefeitura de Formoso do Araguaia instalaram o primeiro Museu Indígena do Tocantins, na cidade de Formoso do Araguaia, com o apoio das associações indígenas Conjaba, do povo Javé, e Iny Mahadu, do povo Karajá. A inauguração do YNY HETO - Museu dos Povos Indígenas da Ilha do Bananal- Javaé e Karajá será no dia 24 de setembro, às 18h, e contará com a presença do presidente da FCT, Diomar Naves, e do prefeito de Formoso, Pedro Rezende Tavares, e de representantes do Instituto Brasileiro de Museus-IBRAM e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.

O prédio, situado no centro histórico do município, foi reformado e instalado no período de agosto de 2009 a agosto de 2010. Os investimentos foram de R$ 99.550,23, sendo R$ 87.490,23 de convênio com o IPHAN e R$ 12.060,00 como contrapartida do Governo do Estado do Tocantins. O projeto foi aprovado em primeiro lugar no Edital Mais Museus e premiado pela Câmara de Deputados de Brasília, em 2009. O museu é adornado com pinturas tradicionais do povo Iny e conta com um acervo de 43 peças produzidas pelos próprios artesãos Javaé e Karajá e também com um material sobre a história e os aspectos culturais do município de Formoso do Araguaia. O espaço conta com uma loja para comercialização de produtos artesanais indígenas e não indígenas.

Para melhor gestão, conservação e manutenção do Museu, a Fundação Cultural e a Prefeitura de Formoso celebraram um Termo de Cooperação que estabelece à FCT a responsabilidade de gerir, conservar, registrar e cadastrar o acervo do Museu; prestar assessoramento técnico museológico e museal. À Prefeitura de Formoso do Araguaia, caberá administrar e conservar o prédio, sua infra-estrutura e recursos humanos para o funcionamento do mesmo. O Termo de Cooperação terá vigência até o dia 31 de dezembro de 2012, podendo ser prorrogado.

Segundo a historiadora e técnica responsável pela área de museus da FCT, Joana Euda Munduruku, o Museu é um espaço para divulgar a cultura e contribuir no processo de sensibilização da preservação e conservação da memória histórica e cultural de uma sociedade. Também são objetivos, incentivar a interculturalidade com a sociedade não indígena, promovendo a convivência harmoniosa, fortalecendo o turismo cultural na região gerando emprego e renda a população local.

Javaé e Karajá

No Estado do Tocantins, os índios Karajá e Javaé habitam aldeias localizadas na Ilha do Bananal, sendo que as onze aldeias Karajá (Santa Isabel do Morro, Fontoura, Macaúba, Ibutuná, Utaria, São João, Mirindiba, Tytema, JK, Axiwé e Watau) estão dispostas às margens do rio Araguaia e das doze aldeias Javaé, onze (Waotyna, São João, Wari-Wari, Canoanã, Cachoeirinha, Barreira Branca, Boa Esperança, Txiodé, Barra do Rio Verde, Txuiri e Boto Velho) estão às margens do rio Javaés (braço menor do rio Araguaia) e uma delas (Imotxi) às margens do Riozinho, no interior da Ilha do Bananal.

Os Karajá e Javaé são pescadores, comerciantes (pescado e artesanato), agricultores e servidores públicos. Tronco linguístico macro-jê falantes da língua Iny. São considerados os povos da cerâmica e arte plumária, extremamente exuberantes, com diversos adornos de caráter estético/ religioso, manufaturados com o emprego de material florístico diverso (palhas, cascas, sementes etc.) e plumas de inúmeras aves, dentre as quais, cabeça seca (Mycteria americana), jaburu (Jabiru mycteria), colhereiro (Ajaia ajaia), pato do mato (Cairina moschata), arara canindé (Ara arauma), arara vermelha (Ara macao) e papagaio (Amazona amazônica)

Ressalta-se entre os Karajá e Javaé o grafismo das pinturas corporais, diversificado em formas e associações simbólicas. Entre as principais associações das pinturas corporais utilizadas pelos integrantes desses dois povos podemos citar aquelas usadas pelos meninos adolescentes durante o ritual de passagem (Hetohoky) e também a dança dos Aruanãs, que se trata de atividades místicas e alimentares, onde são realizadas danças e cânticos.

Fonte: Assessoria de Imprensa/ Fundação Cultural