A comissão de ética do Partido dos Trabalhadores do Tocantins pediu prazo de mais 10 dias para dar o resultado do processo contra o prefeito de Palmas, Raul Filho (PT) que pode ocasionar em expulsão.
O motivo é o apoio e as mobilizações de Raul a favor da candidatura do candidato à reeleição para o Senado, João Ribeiro (PR). Raul não apoia o candidato do partido ao Senado, Paulo Mourão (PT).
Com a decisão marcada para ser discutida na executiva da sigla nos primeiros dias após o pleito do dia 3, uma articulação acontece internamente no partido a favor da expulsão do prefeito.
O presidente interino do partido, Herlan Torres, afirmou nesta sexta-feira, 24, que vários militantes e membros da executiva estão entrando em contato com o partido, insatisfeitos com a postura do prefeito. “Cada vez que sai alguma coisa na mídia sobre isso recebemos vários e-mails e ligações dos militantes indignados”, frisou.
Torres deve deixar a presidência da sigla assim que findar o pleito e o candidato a deputado federal, Donizeti Nogueira retorna ao cargo. “Ele (o prefeito Raul Filho) traiu o partido que pode aplicar desde advertência até expulsão, o diretório é que vai votar”, frisou.
O prefeito já afirmou ao Conexão Tocantins que não pretende sair da legenda a não ser que o partido determine sua expulsão. Do grupo de Raul apenas o vereador Bismarque do Movimento (PT) não aderiu à campanha de Ribeiro. Também do PT, o ex-secretário de governo de Palmas e candidato a deputado federal, Darci Coelho, seguiu a decisão do prefeito.
Distanciamento de aliados
Alguns prefeitos da sigla que eram aliados de Raul Filho também demonstraram indignação com a falta de apoio do petista a Mourão como é o caso do gestor de Dianópolis, José Salomão.
Ao Conexão Tocantins ele afirmou que acredita que o prefeito está querendo ser expulso. “O Raul está numa queda de braço com o partido, está dando mau exemplo, está provocando uma expulsão”, disse.
Salomão afirmou ainda que o apoio de Raul a Ribeiro favorece diretamente a coligação Tocantins Levado a Sério do ex-governador Siqueira Campos (PSDB) que concorre com o governador e candidato à reeleição Carlos Henrique Gaguim (PMDB).
O prefeito comparou sua situação com a de Raul. Salomão teve problemas com o ex-governador e candidato ao Senado, Marcelo Miranda (PMDB) a quem chegou acusar de estimular um governo paralelo em Dianópolis, mas não declarou apoio a nenhum candidato da coligação adversária. “O que o Marcelo fez comigo aqui não tem como fingir que não aconteceu e pedir voto para ele, mas nem por isso vou passar por cima do partido e apoiar outro”, disse.