Siqueira Campos é o novo governador do Estado
com 349.592 votos (50,52%) contra 342.429 de Carlos Gaguim (49,8%). A pequena
diferença de 7.163 votos bem representa o nível da disputa pelo Palácio
Araguaia, num confronto entre a máquina pública e a oposição. Muito bem
exemplificada durante a campanha com a rapidez com que lideranças se
debandearam para Carlos Gaguim e nos últimos dias com a pressão acirrada sobre
servidores públicos.
Não faltando sequer a contribuição da Polícia Militar que desempenhou, através
de determinados grupos da Corporação, um papel vergonhoso nas horas que
antecederam o pleito. Especialmente a tal P2, que executa o papel sujo de
policiais. Aliás, a existência desse segmento da PM, da forma como é utilizada,
termina sendo um braço criminoso fardado aí pelas ruas. E atuando com
autorização legal.
Chama a atenção nessa eleição o número de eleitores que se abstiveram de votar.
Eles foram 175.262 (18,49%). Somados as pessoas votaram em branco,13.713
(1,77%) e aquelas que anularam o seu voto, 66.910 (8,66%), um total de 255. 885
votos ficaram sem dono (sem candidato). E que poderia ter definido a eleição de
uma outra forma.
Acredito que esses mais de 255 mil eleitores ficaram naquela: queriam votar em
Carlos Gaguim, mas depois do estouro do escândalo, decepcionaram-se. E não
quiseram dar o seu voto a Siqueira. Ou até mesmo, estes aí poderiam ter feito
compromisso com a candidatura governista, de uma forma ou de outra, mas não
quis entregar o produto. Não é mesmo? E na hora H resolveu-se pela consciência.
Mas terminou beneficiando o tucano.
Ou, na pior das hipóteses, ficou estarrecido com a quantidade de denúncias e,
por outro lado, têm um recall da administração Siqueira Campos e não o queriam
de volta. Ou mesmo, ficaram de fora para que ele voltasse. No que não acredito,
já que quem quer que se volte, vai lá e coloca o seu voto.
São muitas hipóteses mas que preocupa, isso preocupa. Um contingente de mais de
255 mil eleitores simplesmente deixar o barco navegar, sem utilizar o
instrumento democrático do voto para fazer valer a sua vontade.