Depois de cinco dias da eleição que encaminhou o ex-governador Siqueira Campos (PSDB) de volta ao palácio Araguaia, pode-se perceber uma leve mudança no cenário político do Tocantins. O número de mulheres eleitas a cargos políticos no Estado aumentou. Aumentou, mas continua inexpressivo. Passou de 4 para 5 candidatas eleitas, num cenário de 36 cargos oferecidos para o Tocantins (24 na Assembleia Legislativa, 8 na Câmara Federal, 2 no Senado e 2 no governo).
O ano de 2010 terminará com 4 nomes femininos ocupando cadeiras na política tocantinense. Ao todo, são 3 deputadas estaduais: Luana Ribeiro (PR), Josi Nunes (PMDB) e Solange Duailibe (PT); e uma federal: Nilmar Ruiz (PR).
A partir de 2011, as três estaduais reeleitas ganham a companhia da deputada eleita, Amália Santana (PT). Nilmar é substituída por Dorinha Seabra (DEM), eleita para a Câmara dos Deputados, em Brasília.
Amália Santana
A deputada recém-eleita pelo PT destacou, em entrevista ao Conexão Tocantins, que está muito satisfeita com o resultado da eleição. Amália comemorou o fato inédito de quatro mulheres ocuparem cadeiras na AL. “Fiquei muito satisfeita por que é a primeiro momento em que quatro mulheres são eleitas”, completou.
Segundo a novata da Casa de Leis, a mulher tem mais sensibilidade para a questão política. “Tem mais poder de articular”, informou.
Contudo, de acordo com Amália, ainda é necessário quebrar alguns tabus na sociedade brasileira para que haja maior participação feminina nos processos eleitorais. Segundo ela, o problema começa dentro de casa, onde a mulher sempre teve um papel de cuidar da família. “Durante a vida pública, você precisa estar muito ausente, para se dedicar”, completou. Outro paradigma levantado pela recém-eleita, é com relação à própria sociedade, “que ainda é machista”, refletiu.
Luana Ribeiro
A deputada que chega ao seu segundo mandato como a mulher mais votada do Tocantins, também destacou ao Conexão que a participação feminina na política é muito pequena. “Quando a mulher ocupar o seu espaço, dividindo meio a meio com os homens, as coisas vão melhorar”, informou.
Luana afirma que a participação tem que começar a partir da ocupação dos 30% de cargos destinados por lei à elas nos partidos políticos. “Por mais difícil que seja a vida pública, as mulheres tem que entrar e participar mais”, destacou.
No entanto, a deputada ressaltou que a participação das mulheres na vida política vem melhorando no decorrer dos anos. Fazendo um resgate histórico, Luana lembrou que “até um tempo atrás, as mulheres não tinham direito ao voto”.
A baixa participação feminina no cenário político tocantinense, segundo Luana, no entanto, não exime as políticas da representação da sociedade junto ao poder público. “Devido ao fato da nossa participação ser menor, nossa obrigação para com a sociedade passa a ser maior”, concluiu.