O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou na manhã desta terça-feira, 30, o canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Estreito (1.087 MW), localizada na divisa do Tocantins com o Maranhão. Ele foi convidado pelo Consórcio Estreito Energia (Ceste) a fechar uma das 14 comportas do Vertedouro, dando início ao enchimento do reservatório, última grande etapa do empreendimento antes da entrada em operação da usina, prevista para fevereiro de 2011.
Acompanhado do ministro de Minas e Energia, Marcio Zimmermann; da ministra do Meio Ambiente, Isabela Teixeira; do ministro interino da Pesca e Aquicultura, Cleberson Carneiro Zavaski; dos governadores do Maranhão, Roseana Sarney e do Tocantins, Carlos Henrique Gaguim, e dos senadores Edison Lobão (PMDB) e João Alberto (PMDB), entre outras dezenas de autoridades da região e empresários, o Presidente Lula visitou o Canteiro de Obras da hidrelétrica.
Atualmente, cerca de 8 mil homens trabalham na UHE Estreito. As estruturas do Vertedouro e da Barragem foram concluídas e a Casa de Força, que fica no lado do Maranhão, está com 90% de suas obras civis finalizadas. O Presidente Lula destacou a importância do empreendimento para o País: “Esta hidrelétrica servirá de modelo para como tratar corretamente e respeitosamente os moradores que aqui vivem, os moradores, os pescadores e os que trabalham na agricultura”, disse.
Lula ressaltou que Estreito mostrou que empresários e movimentos sociais podem viver em acordo para o benefício de toda a população, se referindo ao Convênio assinado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura, Ceste, Ibama e Colônia de Pescadores para implantação do Projeto do Complexo Integrado de Escoamento, Processamento e Beneficiamento da Produção Pesqueira da Área de Influência da Usina Hidrelétrica Estreito.
O presidente da GDF Suez no Brasil, Mauricio Bahr, empresa líder do Ceste, destacou que 80% da energia produzida no País vêm de hidrelétricas e que o Sistema Interligado Nacional permite o máximo aproveitamento dos recursos naturais, como é o caso do Rio Tocantins, que já conta com outras usinas como São Salvador. Para ele, a visita de Lula marca não somente um capítulo na história da UHE Estreito, como simboliza toda a atenção dedicada pelo Governo federal ao setor elétrico brasileiro e ao desenvolvimento nacional e, consequentemente, à melhoria de vida da população.
O presidente do Ceste, José Renato Ponte, fez o seguinte comentário sobre a importância da UHE Estreito, uma das principais obras do PAC : “Foram investidos R$ 4 bilhões, geramos renda, empregos, melhor qualidade de vida para a população da região e mais energia para o país”, afirmou. José Renato ressalvou que o Projeto Básico Ambiental (PAB), composto por 39 programas socioambentais, está sendo cumprido de forma integral, com a aplicação de mais de R$ 600 milhões de investimentos. Os programas abrangem clima, sismo, água, solo, peixes, flora, fauna, arqueologia, saúde, população, uso do solo, fomento de atividades econômicas e educação ambiental.
Para desocupar a área de abrangência da usina, o Ceste movimentou 3.500 processos, avaliando cada caso individualmente. Em todo este processo, o consórcio teve o cuidado de visitar, uma a uma, as famílias, levando informação e esclarecendo dúvidas. Foram mais de 2.350 visitas individuais e 53 reuniões coletivas com a população local.
Complexo Integrado beneficia pesca na região
Durante a visita, o ministro interino da Pesca e Aquicultura e o presidente do Ceste assinaram acordo de cooperação no valor de R$ 4,8 milhões para a instalação do Complexo Integrado de Escoamento, Beneficiamento e Comercialização do Pescado. O projeto, inédito no país, está sendo desenvolvido em parceria com as colônias de pescadores da região, o Ibama e o próprio ministério.
Enchimento do lago
O enchimento do reservatório se dará em três etapas, quando serão alcançadas as cotas de 145, 150m e 156m, respectivamente, até a altura máxima que o nível do rio irá atingir (156,00 m). Nas três fases, serão realizados monitoramentos para garantir que todo o processo transcorra com total segurança para a comunidade, o ecossistema da região e o próprio empreendimento. O período para este enchimento dependerá também do volume de chuvas na região, da vazão do rio e da vazão defluente das usinas localizadas acima do leito do Rio Tocantins, além de outros requisitos ambientais definidos em conjunto com o Ibama.
O enchimento do lago exigirá do Ceste uma complexa operação, que prevê inúmeras ações voltadas à preservação do meio ambiente e à segurança da população. Entre elas estão: o resgate da fauna e a realocação dos animais para áreas de soltura; o monitoramento da ictiofauna (peixes) em 11 pontos distintos; a avaliação da qualidade da água do reservatório com 21 pontos de amostragem; monitoramento de macrófitas (vegetais que podem ser arrastados para a barragem), como também o monitoramento do lençol freático na região durante o período de enchimento.
Para tais programas, serão mobilizadas mais de 100 pessoas do consórcio e de instituições parceiras como a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Fundação Charles Darwin, Fundação Universidade do Tocantins (Unitins) e empresas de consultoria contratadas pelo Ceste especializadas neste tipo de operação.
Todas estas ações e orientações sobre segurança estão sendo comunicadas à população por meio de uma ampla campanha de informação nos 12 municípios da área de abrangência do reservatório: Estreito e Carolina, no Maranhão; Aguiarnópolis, Palmeiras do Tocantins, Babaçulândia, Barra do Ouro, Filadélfia, Darcinópolis, Goiatins, Itapiratins, Palmeirante e Tupiratins, no Tocantins. Além de utilizar as emissoras locais de rádio e TV, impressos, sites de notícias e carros de som, o consórcio dispõe de quatro Centros de Informação, em Carolina e Estreito (MA) e Babaçulândia e Filadélfia (TO) e da linha de telefone gratuita: 0800 280 9191.
Parceria com o poder público
Com o objetivo de assegurar o desenvolvimento da região sobre todos os aspectos (educação, segurança, saúde, meio ambiente e infraestrutura), o Ceste firmou parcerias com os governos estaduais, municipais, associações e comunidades.
Desde o início do empreendimento, o consórcio reaparelhou hospitais, reformou e ampliou postos de saúde, doou ambulâncias, tratores e viaturas policiais e construiu novas sedes para as polícias civil e militar, escolas, casa de abrigo para idosos e creches. Com as prefeituras da região, o Ceste foi além e estabeleceu, voluntariamente, Termos de Compromisso Mútuo (TCM). levando benefícios diretos à população.
Instalou sistemas de coleta e tratamento de esgoto, construiu praças, ginásios esportivos, pocilgas e mercados públicos, implantou laboratórios de informática, realizou campanhas de vacinação e de combate e prevenção a doenças. como dengue, doença de Chagas e hepatite A. Desenvolveu também projetos voltados para a melhoria da qualidade de vida da população, como o “Crianças Saudáveis, Futuro Saudável”, que beneficia 14 mil crianças, o “Usina Social”, que contabilizou mais de 580 mil atendimentos em dois anos, e o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência, voltado aos alunos da educação básica.
Informações gerais
Usina Hidrelétrica EstreitoCapacidade instalada: 1.087 MW
Energia assegurada: 641,1 MW médios
Localização: No Rio Tocantins, na divisa dos estados do Maranhão com Tocantins.
Área do reservatório: 400 km2
Geração de emprego: cerca de 11 mil diretos (no momento de pico da obra) e 25 mil indiretos
Investimento: R$ 4 bilhões
Municípios da área de influência : Estreito e Carolina (Maranhão); Aguiarnópolis, Palmeiras do Tocantins, Babaçulândia, Barra do Ouro, Filadélfia, Darcinópolis, Goiatins, Itapiratins, Palmeirante e Tupiratins (Tocantins)
Volume de concreto lançado: 933.740 m³ (Casa de Força, Tomada d´Água e Vertedouro)
Capacidade de vazão do Vertedouro: 62.719 m³/s
Queda nominal : 18,94 m
Unidades Geradoras: Oito turbinas tipo Kaplan;
Acionistas : GDF SUEZ / Tractebel Energia (40,07%), Companhia Vale do Rio Doce (30%), Alcoa (25,49%) e Camargo Corrêa (4,44%).
Fonte: Assessoria de Imprensa UHE Estreito