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Polí­cia

A polícia do Tocantins vem atuando sob a orientação de acabar com a criminalidade no Estado e as força de segurança Pública estão com um efetivo maior nas ruas visando zelar e preservar a segurança dos cidadãos tocantinenses. O Estado, entretanto, vivenciou nos últimos 25 dias casos extremos que resultaram na morte de pelo menos 4 suspeitos durante perseguição e abordagem.

A morte de Paulo Henrique Soares da Costa, 25 anos, conhecido por “Piau” ocorrida na madrugada nesta quinta-feira, 10, durante ação da Polícia Militar é um destes casos. A polícia sustenta que o suspeito reagiu à abordagem policial após tentativa de fuga e foi alvejado.

Paulo, segundo informou a polícia, já tinha várias passagens por roubos, tentativa de homicídio, porte ilegal de arma dentre outras infrações e faleceu no Hospital Geral de Palmas (HGP) nesta quinta-feira. Um inquérito policial será aberto para investigar o caso segundo informações da Polícia Militar.

Estes casos tem preocupado não só o movimento de Direitos Humanos bem como a Defensoria Pública do Estado que está sendo procurada por familiares de alguns suspeitos mortos. “Alguns familiares destas ações mal sucedidas já procuraram a defensoria pública e nós vamos entrar com uma Ação judicial contra o Estado para buscar responsabilização civil”, revelou o defensor público criminal e presidente da Coordenação do Núcleo de Direitos Humanos, Júlio César Cavalcante ao Conexão Tocantins.

A Defensoria também está apurando mais de quatro casos, dentre eles o do detento Leonilson Batista que foi morto em Barrolândia, linchado por populares no município ainda no ano passado. “Pelo que se percebe de maioria destes casos é que em nenhum deles houve reação por parte do morto”, salientou o coordenador se referindo às mortes de suspeitos.

A Defensoria, nestes casos só entra com a Ação Civil. A responsabilização criminal cabe ao Ministério Público. O defensor relatou ainda que em alguns casos a defensoria precisa solicitar proteção às famílias dos suspeitos principalmente com relação a casos envolvendo confronto com policiais.

“Os policiais podem agir no cumprimento legal, porém, não de forma excessiva e autoritária. Suspeito não é condenado nem acusado”, pontuou defendendo a apuração dos casos e ainda reparação dos danos morais às famílias.

Operação em Mateiros

No dia 16 de fevereiro numa operação nas proximidades do município de Mateiros, na região leste do Tocantins, dos nove acusados de assalto a uma agência bancária na Bahia, três foram mortos e um baleado no ombro.

Na operação foram utilizados 700 policiais. Um policial militar teria sido feito refém pelos acusados mas não teve ferimentos, segundo a Polícia.

Mesmo com a morte dos acusados a operação foi considerada positiva conforme afirmou o tenente coronel Abelardo Bezerra Neto do 5º Batalhão da PM. “Infelizmente, em defesa da vida dos nossos companheiros, e na luta pela manutenção da ordem, tivemos esse saldo de três mortes. Mesmo assim, o saldo é positivo”, afirmou o coronel.

CNBB

Para o coordenador da Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil e membro da Comissão Justiça e Paz da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, frei José Fernandes Alves, esses casos preocupam a sociedade tocantinense. “A nossa grande questão é a preservação da vida. Nada justifica tirar a vida, em hipótese alguma. Seja assassino, seja pilantra. Ele tem que ser corrigido e não tirar a vida’, disse.

O frei salientou ainda que cabe a defesa da integridade física e humana dos envolvidos. “A grande questão é a falta de políticas públicas que sejam a favor da vida e contra a morte. Não adianta ter apenas políticas de fachada”, salientou.