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Estado

Em nota encaminhada à imprensa o Centro Acadêmico do curso de jornalismo da Unirg repudia a atitude da direção da instituição ao nomear o advogado Heráclito Suitter para o cargo de assessor de comunicação ao invés de um jornalista diplomado, como requer a função.

A nota questiona tal nomeação tendo em vista o esforço e luta dos sindicatos dos profissionais e instituições do Tocantins e do País para a aprovação da obrigaoriedade do diploma para o exercício da profissão.

No material consta ainda a tramitação do Projeto de Lei de autoria da deputada Solange Duailibe (PT) que exige o diploma para cargos de assessoria de comunicação e imprensa nos órgãos estaduais.

A discussão da obrigatoriedade no Congresso Nacional deverá vir à tona no mês de abril,no entanto, na prática várias empresas e órgãos exigem formação para o exercício da profissão.

Confira a íntegra da nota:

NOTA DE REPÚDIO

No ano de 2009 acadêmicos, professores e servidores do Curso de Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo do Centro Universitário UnirG fizeram uma carreata pelas ruas de Gurupi para conscientizar a população à respeito da importância do diploma de nível superior para o exercício da profissão. Naquela época ainda estava em discussão na Câmara de Deputados o projeto de lei que poria fim a obrigatoriedade do diploma de jornalista.

A aprovação dessa lei foi uma derrota para os cursos de jornalismo de todo país, devido à desvalorização do ensino acadêmico e também pelos diversos comentários equivocados acerca do assunto como “o curso de jornalismo não tem mais diploma”, ou ainda “o diploma não vale mais nada”. O que ocorreu de fato foi apenas a retirada da obrigatoriedade do ensino superior para o exercício da profissão de jornalista. Isso na prática não mudou muita coisa, pois as grandes empresas continuam contratando apenas profissionais formados na área. Vale ressaltar que nunca na história da publicidade o diploma foi exigido por lei, no entanto, só conseguem vaga no grande mercado os publicitários formados.

Passados dois anos da aprovação desta lei, mais uma derrota para a classe dos jornalistas, dessa vez, atingindo diretamente o nosso Curso. O cargo de Assessor de Comunicação da Fundação UnirG, que era ocupado pela jornalista Giselle Raffi, formada na casa, agora é ocupado pelo advogado Heráclito Suitter.

Nada temos contra o referido advogado, mas não podemos ficar calados diante de tamanho desrespeito e desvalorização que a UnirG está tendo com o próprio curso que oferece. Enquanto outras instituições de ensino lutam pela valorização do diploma do Curso de Jornalismo, a UnirG, com esta atitude, deixa a entender que concorda com a lei aprovada em 2009.

Entendemos que se trata de um cargo de confiança e que sempre quando há mudança de presidente na instituição é feita também a mudança de vários gestores, mas a UnirG deve tomar cuidado para não dar um tiro no próprio pé. O Centro Universitário deve zelar pela imagem de todos os cursos que oferece. Tendo um Curso de Comunicação Social na casa é inconcebível que os cargos da área não sejam ocupados por jornalistas. Isso é declarar que o curso não tem serventia, o que é um absurdo, pois trata-se de um serviço prestado pela própria instituição.

Existe um projeto de lei tramitando na Assembléia Legislativa, de autoria da Deputada Solange Duailibe , para que nas prefeituras do Estado os cargos de Assessor de Comunicação sejam ocupados por jornalistas diplomados. Por oferecer um curso da área, a UnirG deveria ser uma das primeiras a apoiar a iniciativa, ao invés disso, desvaloriza o profissional formado como fazem boa parte dos gestores dos municípios do Tocantins.

Será que daqui a alguns anos para ser assessor de comunicação será necessário fazer o exame da OAB? Espero que não cheguemos a este ponto.

Gurupi, 30 de março de 2011.

RODRIGO FERNANDES MARTINS

Presidente do Centro Acadêmico do Curso de

Comunicação Social: habilitação em Jornalismo

Centro Universitário UnirG