Desde o lançamento nessa quinta-feira, 5, do programa Agenda Tocantins que será desenvolvido em parceria entre o Governo do Estado e o Jornal do Tocantins há uma polêmica em torno do assunto já que o governo não divulgou os custos com tal projeto.
O projeto consiste na divulgação de audiências públicas para a elaboração do Plano Plurianual (PPA) 2012-2015 através da participação da população em fóruns regionais que acontecerão em nove macroregiões do Estado. São parceiros no projeto a Fundação Universidade do Tocantins (Unitins) e ainda o Movimento Brasil Competitivo (MBC). Os encontros devem ocorrer entre 11 de agosto e 30 de novembro.
Procurada pelo Conexão Tocantins a diretora da Organização Jaime Câmara, Fátima Roriz, concedeu entrevista exclusiva onde explica a parceria com o governo para o projeto.
Sobre os questionamentos da parceria feitos inclusive por empresários da comunicação do Estado a diretora salientou que todo o projeto poderá ser acompanhado pelo site e será aberto para a sociedade. “Nós temos a total segurança e transparência do que estamos fazendo”, afirmou.
A primeira vez que a OJC propôs a parceria com o governo nesse sentido foi em 2005 quando Marcelo Miranda era governador. No mesmo ano o projeto foi realizado pela empresa no Estado de Goiás, explica Fátima. “Naquela época o governador teve interesse em fazer o 'Governo Mais Perto de Você' e nós recuamos porque não era bem essa proposta. Era um envolvimento político junto com isso”, frisou.
A diretora contou ainda que no governo anterior do ex-governador Carlos Gaguim (PMDB) a empresa ofereceu outro projeto chamado 'Lá Vem o Trem' que teria como foco a Ferrovia Norte-Sul. “Vimos envolvimento político e recuamos”, justificou.
A iniciativa de através do projeto unir poder público e sociedade é comum em outros países, inclusive com financiamento e participação do Bird, pontuou Fátima. “Aqui no Brasil não tem essa cultura”, ponderou.
Contrapartidas
O investimento do Estado segundo a diretora será de R$ 2,2 milhões no projeto. “O projeto propõe dar visibilidade ao instrumento de participação da sociedade”, afirmou a diretora. “O projeto só tem sentido acontecer na elaboração do PPA porque existe um orçamento prévio na Secretaria de Planejamento”, completou. Embora a OJC seja uma empresa de comunicação a Secom não tem investimento no projeto.
Já a Jaime Câmara assumirá os custos com transporte, hospedagem, pesquisa e logística, segundo a diretora. Fátima, porém, não quis precisar as despesas da empresa na parceria. A diretora frisou ainda que a Organização Jaime Câmara, conforme acordado com o governo, terá a liberdade de vender cotas de patrocínio.
Os técnicos que participarão do projeto serão capacitados. Oito jornalistas foram contratados pela empresa para a cobertura e divulgação dos fóruns.
Palmas Minha Cidade
Na entrevista a diretora lembrou o programa “Palmas Minha Cidade” realizado pela empresa em parceria com a Prefeitura da capital. O projeto propõe discussões entre especialistas, técnicos e populares sobre os principais problemas da capital que são publicados no Jornal do Tocantins. “Nós não temos o poder da caneta, quem tem o poder é o gestor”, salientou.
O investimento da prefeitura na última edição deste projeto foi de quase R$ 1 milhão.