Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Polí­tica

Foto: Divulgação

Depois de passarem à noite acampados em frente à Assembleia Legislativa do Tocantins, as famílias de Sem Terra do Acampamento Sebastião Bezerra, instalado às margens da rodovia TO-010, que liga Palmas a Porto Nacional, deixaram o local no fim da manhã desta quarta-feira, 7. O manifesto organizado pela Via Campesina, braço feminino do MST – Movimento Nacional dos Trabalhadores Sem Terra -, reuniu cerca de 200 pessoas, entre homens, mulheres e crianças.

De acordo com a integrante da coordenação estadual do MST, Zefa Doida, a mobilização foi realizada para marcar o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. “Mobilizamos para o dia da mulher o campo e cidade, para repudiarmos a violência contra a mulher, o veneno nas plantações e novo código florestal, a gente espera chamar a atenção dos parlamentares para a nossa causa”, declarou Zefa.

Durante a sessão ordinária desta quarta, 7, a luta das camponesas foi exaltada em plenário pela deputada Amália Santana (PT) ao declarar aos demais parlamentares o seu apoio á Via Campesina e ao manifesto em frente a AL.

O grupo chegou à Assembleia no início da noite de ontem, 6, e foi recebido pela deputada Amália, que participou do movimento junto com as camponesas. “As trabalhadoras rurais têm meu total apoio, precisamos por fim à violência no campo, ao uso degradante de agrotóxicos, ao latifúndio e lutar também contra a proposta do novo Código Florestal que privilegia e protege os grandes fazendeiros, principais responsáveis pela devastação do nosso meio ambiente”, disse a deputada durante seu pronunciamento.O manifesto também ganhou o apoio do vereador Bismarque do Movimentoe de Freitas do PT, petistae chefe de gabinete da deputada Amália Santana.

“Todos receberam um convite (parlamentares), só ela nos recebeu, enquanto mulher foi muito importante a participação dela. Ela não teve vergonha de se apresentar nem como mulher e nem como parlamentar junto às camponesas”, afirmou Zefa sobre o apoio e participação de Amália Santana. Durante o manifesto a parlamentar convocou as camponeses para um ato simbólico, a queima de um caixão representando o capitalismo, a corrupção, a violência e todas as barreiras enfrentadas por trabalhadoras e trabalhadores rurais.

O caixão com um boneco de pano dentro foi queimado em frente à entrada principal da Casa de Leis, em seguida os acampados deram as mãos e fizeram orações pedindo a Deus bênçãos para o campo.

Acampamento Sebastião Bezerra

No próximo dia 13 de março completa 1 ano do acampamento Sebastião Bezerra, às margens da TO-010. Segundo a coordenação do MST no Estado, mais de 500 famílias estão instaladas na área e aguardam por parte do Incra, as vistorias das fazendas Dom Augusto, município de Porto Nacional e Santa Rita, região de Aparecida do Rio Negro. Ainda de acordo com o MST, o Incra se comprometeu em priorizar o acampamento Sebastião Bezerra e realizar as vistorias das terras reivindicadas pelo movimento ainda este mês.

“Aguardamos ansiosos para assentar as famílias, as terras têm denúncias de trabalho escravo, grilagem, tem terra da união, é toda irregular, gostaríamos que fosse desapropriada o mais rápido possível”, explica Zefa. (Assessoria de Imprensa)