Durante o processo de discussão e votação dos cinco projetos de leis encaminhados pelo governo do Estado e que tratam da estrutura e do estatuto da Polícia Militar, uma nota emitida pela Associação dos Cabos e Soldados e pela Associação dos Policiais e Bombeiros, assinadas pelos presidentes, Major Chaves e Geovane Alves dos Santos, causou uma reação contundente por parte do parlamento. Em tom de ameaça, a nota visava a rejeição dos projetos pelo parlamento.
Na ocasião, o deputado Stálin Bucar (PR) leu o comunicado, no qual os assinantes diziam que os deputados que aprovassem a matéria seriam considerados “personas non gratas” à corporação e que ainda não se responsabilizariam caso um destes parlamentares entre nos batalhões. "No entanto, a presença de um sujeito com este perfil em um local que o tem como não agradável ou não bem-vindo, o Parlamentar será o único responsavel pelo que possa ocorrer com ele nos Quartéis militares. E não poderá reclamar depois!", diz o trecho da nota.
Depois da leitura da nota, o deputado José Bonifácio (PR), em tom exasperado e aos berros, chamou os autores de “bandidos travestidos de policiais”. “Isso não é coisa de policial. Vocês ameacem a mãe de vocês. Vocês são bandidos com fardamento da Polícia Militar!”
Já o deputado Sargento Aragão (PPS) estranhou a nota encaminhada aos deputados e disse não saber da iniciativa dos policiais. “Eu discordo dos dois lados; do Bonifácio e desses cidadãos que mandaram esta nota. A nota difere de todo o acordo que fizemos e quem a encaminhou não merece a minha defesa”, disse. O deputado ainda completou informando que os autores da nota agiram veladamente. “Eu achava que estava negociando com 14 entidades da polícia”.
Após todas as polêmicas geradas pela nota encaminhada ao deputado, o presidente da Casa, deputado Raimundo Moreira (PSDB) pediu para que fosse feita uma notificação de repúdio contra as ameaças aos deputados e solicitou que a leitura feita por Stálin fosse apagada dos anais da Casa.