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Cultura

Foto: Osvaldo Neto

Os escritores Alexandre Acampora e René Brunes movimentaram o Café Literário da FLIT – Feira Literária Internacional do Tocantins, nesta sexta-feira, 13. Primeiro veio René Brunes para lançar o livro “A arte da Inclusão” e para falar sobre o assunto, ele levou para a plateia alunos das APAEs de Palmas e de Cristalândia.

René fez sorteios de agendas, de CDs e uma homenagem a diversidade humana, à beleza do diferente e o amor à Pátria com o canto do Hino Nacional.

Com uma frase de Platão “o tempo perdoa tudo, menos a omissão”, René fez referências às misérias humanas, falou das desigualdades, num país chamado Brasil, cuja arrecadação de impostos é semelhante ao Canadá e quanto as diferenças sociais é equivalente aos países da África.

Mas ele assinala como uma alternativa de mudança, a solidariedade, que se torna mais forte, quando há dor. René é voluntário da Educação, vai na Apae de Palmas, aos domingos pela manhã para consertar alguma coisa e ajuda em outras instituições.

Para ele, a sociedade está perdendo para as drogas, muitos jovens inteligentes que poderiam estar inseridos em alguma atividade positiva, mas como não encontram apoio, vão pelo caminho das drogas. São pessoas inquietas, que muitas vezes precisam de desafios para ter a alegria de fazer.

Na ocasião, ele fez uma homenagem à Joana Euda Munduruku, que interpretou o Hino Nacional, ao professor Luiz Benedito, da Secretaria da Justiça e Direitos Humanos e às crianças especiais que ilustraram seu livro.

Documentos históricos

O escritor Alexandre Acampora apresentou uma proposta de trabalho que ele está realizando no Tocantins, para resgatar o inventário histórico do Estado e para isso, ele visitou famílias tradicionais, museus, cartórios, bibliotecas e neste caminhar ele encontrou documentos com assinatura de Teotônio Segurado, ilustração de como era da Igreja dos escravos de Natividade e matérias de jornais que retratam o assassinato de Segurado.

Alexandre explicou que a intenção é que este material seja trabalhado para que a sociedade tenha disponível todas as informações históricas do Tocantins, por meio de microfilmes ou de acesso pela internet.

Alexandre escreveu oito livros, é carioca, chegou ao Tocantins, no início da criação do Estado, foi o primeiro secretário de Cultura e ajudou na elaboração do Programa de Alfabetização Solidária.

Para ele, a Flit é uma surpresa e pelo seu significado é o terceiro maior evento da Amazônia Legal, no topo dos principais eventos como o Sírio de Nazaré e o Boi de Parintins. Alexandre teve a oportunidade de trocar ideias com grandes escritores e de rever amigos nos espaços da Flit.

Ele explicou que nas palestras que assistiu na Flit há o reflexo das feridas da ditadura, “muitas pessoas morreram, mas a sociedade desconhece por falta de documentos, daí ser tão importante a preservação da história. Vejo que na atualidade estão investindo mais na recuperação e preservação da memória”.

Uma das comprovações documentais que ele procura está anotações criminais sobre a morte de Pedro Parente, em Pedro Afonso, que estava dançando quando levou um tiro e morreu nos braços da parceira, na década de 70.

Plateia de ouro

Estavam no Café Literário nesta sexta-feira, 13, o presidente da Academia Palmense de Letras, Manoel Odir Rocha, o secretário da Educação de Palmas, Zenóbio Cruz e ainda Alan Barbieiro, o cantor Genésio Tocantins, o escritor Osmar Casa Grande, o empresário Eudoro Pedroza, de professores das APAEs de Palmas e de Cristalândia e alunos. (Ascom Seduc)