Técnicos do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Palmas iniciam, nesta
sexta-feira, 21, o encoleiramento de cães que serão monitorados para observar a
efetividade de uma arma inédita contra o calazar que o Ministério da Saúde (MS)
estuda implantar no Brasil. O Programa Federal de Controle da Leishmaniose
Visceral escolheu 22 quadras de Palmas para iniciar o estudo com a coleira de
deltametrina. A coleira deve evitar a infestação de insetos transmissores
da doença no cão.
Palmas é a segunda cidade no Estado a participar do projeto-piloto. Ao todo 5.000
animais serão monitorados pelo projeto que busca comprovar a efetividade da
coleira como primeira arma para se conter a proliferação do calazar no País.
Encoleiramento
Na capital, as quadras contempladas são: 103 N, 106 N, 106 S, 108 S, 108
N, 110 S, 110 N, 112 S, 204 S, 206 S, 208 N, 208 S, 212 N, 210 S, 212 S,
306 S, 308 S, 404 N, 406 N, 504 N, 506 N e 508 N. O encoleiramento é gratuito e
será feito nos domicílios com troca das coleiras a cada seis meses. Os
cachorros monitorados serão examinados periodicamente para diagnosticar a
efetividade da proteção.
A leishmaniose ou calazar é uma doença cujo tratamento somente é
autorizado pelo Ministério da Saúde em humanos e para tentar romper o
ciclo de transmissão da doença, o projeto de encoleiramento em massa pode
romper o ciclo de transmissão da doença que infectou 32 pessoas em 2011 somente
em Palmas.
Calazar x Animal
O cão é apenas um reservatório do protozoário causador da doença, que é
transmitida pela picada do mosquito palha, encontrado em áreas ricas em matéria
orgânica em decomposição para se reproduzir. Em Palmas, as equipes de
Vigilância Ambiental da Secretaria da Saúde de Palmas (Semus) atuam durante
todo o ano em ações e mutirões de combate ao ciclo do calazar.
Segundo o coordenador do CCZ, o veterinário Wolney Aires, o combate à doença
também passa pela mudança de hábitos da população, que precisa evitar a
concentração de acúmulo de lixo nos quintais. Os sintomas do calazar em humanos
são febre prolongada, fraqueza, emagrecimento, barriga inchada (devido o
aumento do baço e do fígado), falta de apetite, palidez e diarréia. Enquanto
nos cães, a doença pode ficar incubada por até seis meses até o aparecimento
dos primeiros sinais, como queda de pelos, unhas grandes, feridas no focinho
e orelhas, emagrecimento, fraqueza e lacrimejamento.