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Ciência & Tecnologia

A nova fita é o primeiro protótipo fabricado usando a ferrita de bário (BaFe) desenvolvida pela equipe, com uma densidade de 29,5 bilhões de bits por polegada quadrada

A nova fita é o primeiro protótipo fabricado usando a ferrita de bário (BaFe) desenvolvida pela equipe, com uma densidade de 29,5 bilhões de bits por polegada quadrada Foto: IBM Research

Foto: IBM Research A nova fita é o primeiro protótipo fabricado usando a ferrita de bário (BaFe) desenvolvida pela equipe, com uma densidade de 29,5 bilhões de bits por polegada quadrada A nova fita é o primeiro protótipo fabricado usando a ferrita de bário (BaFe) desenvolvida pela equipe, com uma densidade de 29,5 bilhões de bits por polegada quadrada

As fitas cassete estão para voltar aos palcos em uma reestreia triunfante. Dados dos grandes telescópios e radiotelescópios, os resultados de colisores de partículas como o LHC, ou mesmo coisas mais corriqueiras, como os comentários de um bilhão de usuários do Facebook, estão entre as realidades que exigem novas formas de armazenamento de dados.

E parece que essa sede sem precedentes pelo registro de dados não conseguirá suporte dos discos rígidos, que não têm crescido no mesmo ritmo que os zeros e uns que eles devem guardar.

Mas o futuro do armazenamento de dados pode não estar nos discos, mas nas fitas.

Armazenamento em fitas magnéticas

Pesquisadores da Fuji Film e da IBM construíram um protótipo de uma fita magnética capaz de armazenar 35 terabytes de dados em um único cartucho.

O último grande avanço na área, relatado em 2006 pela mesma equipe, conseguiu colocar 8 terabytes de dados em um único cartucho magnético.

No final de 2010, a parceria IBM/Fuji desenvolveu um novo material, chamado ferrita de bário (BaFe), que oferece uma densidade de armazenamento de dados de 29,5 bilhões de bits por polegada quadrada.

A nova fita é o primeiro protótipo fabricado usando este novo material - o cartucho mede 10 x 10 x 2 centímetros.


Apenas 30 das novas fitas seriam suficientes para armazenar os dados que serão produzidos em um dia pelo Square Kilometre Array (SKA), o maior radiotelescópio do mundo, que está sendo construído na Austrália - dentre os vários desafios de engenharia a serem vencidos na sua construção está uma forma para armazenar o 1 petabyte de dados diários.

Evangelos Eleftheriou, da IBM, afirma que, quando o SKA estiver pronto, a nova fita cassete que ele e seu grupo estão desenvolvendo já deverá armazenar 100 terabytes de dados.

Economia de energia e durabilidade

O uso de fitas magnéticas, em lugar dos discos rígidos, poderá também ter um grande impacto no consumo de energia das centrais de dados.

Estudos indicam que data-centers de fitas magnéticas consumirão 200 vezes menos energia do que data-centers que usam discos rígidos, simplesmente porque as fitas cassete não precisam ficar girando o tempo todo, mesmo quando não são usadas.

Por outro lado, as fitas, que são largamente utilizadas em sistemas de backup de bancos e grandes empresas, têm um tempo de acesso mais lento do que os discos rígidos porque elas dependem de sistemas robóticos que precisam pegar a fita em um prateleira e colocá-la no leitor quando seu dado é necessário.

Mas Eleftheriou garante que o Sistema Linear de Arquivos em Fitas que ele e seus colegas estão desenvolvendo deverá ter um tempo de acesso comparável ao dos discos rígidos.

Outra vantagem é a durabilidade.

Enquanto a memória eterna não chega, uma fita magnética pode guardar seus dados com segurança por um século - um disco rígido não garante mais do que uma década. (Fonte Inovação Tecnológica)