O delegado federal Antônio Glautter Azevedo Morais, responsável pelo inquérito que investiga o assassinato do delegado federal Edward Neves Duarte ocorrido na segunda-feira, 19, concedeu entrevista ao Conexão Tocantins nesta sexta-feira, 23 quando indicou que possivelmente haverá reconstituição do crime. “Possivelmente faremos sim”, informou.
Glautter informou também que tem até a próxima quarta-feira, 28, para concluir o inquérito. Desde terça-feira ele está ouvindo várias pessoas sobre o caso. Nesta sexta-feira ele está ouvindo os policiais militares que foram até o local do crime logo após o delegado ser baleado na 208 Sul. A funcionária do delegado assassinado já foi ouvida e a esposa, que está em Brasília, deve ser ouvida também. A PF não quis informar se Edward vinha recebendo ameaças.
A hipótese inicial para a motivação da morte seria de tentativa de assalto. No entanto, não foi informado até agora se a vítima foi roubada. Questionado se a polícia investiga a possibilidade de execução do delegado o responsável pelo inquérito frisou que “nada está descartada até a conclusão da investigação”, disse.
Com relação às circunstâncias do crime o delegado salientou que poderá dar detalhes apenas após a conclusão do laudo pericial, ainda sem data para ser concluído. Glautter disse ainda que está recendo várias informações novas sobre o caso. O delegado assassinado trabalhava há seis anos na PF, era natural de Belo Horizonte e trabalhou por dez anos na Polícia Civil do Distrito Federal.
O caso
Edward, que tinha 45 anos e era chefe do Núcleo de Inteligência da Polícia Federal do Tocantins, chegava em casa na quadra 208 Sul da capital na segunda-feira, 19, quando foi baleado. Segundo divulgado ele foi atingido por dois dos quatro tiros que teriam sido disparados. O carro do delegado ficou marcas de tiro e na frente de sua residência ficaram marcas de sangue. O responsável pelo inquérito não quis informar se Edward foi alvejado quando ainda estava dentro do carro ou enquanto entrava em casa.
A Polícia Federal informou que um dos autores ficou na frente do carro, outro teria abordado o delegado por trás e o terceiro deu cobertura para os comparsas. Logo após ser atingido, no abdomem e na nuca, ele foi encaminhado para o Hospital Geral Público de Palmas (HGPP) onde passou por uma cirurgia mas veio a óbito. Os três suspeitos, um menor, Jonathan Almeida da Silva e Douglas Costa Sousa, foram presos pouco tempo depois do ocorrido. têm antecedentes criminais e teriam confessado o crime.
Operação Maet
O delegado participou das investigações da Operação Maet desencadeada em 2010 e que investiga a participação de magistrados do Tribunal de Justiça num suposto esquema de venda de sentenças e manipulação de precatórios. A operação afastou a ex-presidente do TJ, Willamara Leila de Almeida, e os desembargadores José Liberato Costa Póva, Carlos Souza e Amado Cilton. Alguns servidores também foram afastados.
Arma
Um revólver calibre 38, foi localizado perto de um canteiro de obras nas proximidades da casa da vítima. A arma possui identificação da Secretaria Estadual de Segurança Pública do Estado do Tocantins (SSP) e segundo a pasta o revólver estava cautelada para um policial civil que teria sido roubado. A pasta apresentou inclucive o boletim de ocorrência relatando o roubo. A arma passa por perícia técnica.