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Cultura

Foto: Jodevaldo Pereira

A cultura, as festas populares, as comidas típicas e a simplicidade da população quilombola do Tocantins está sendo retratada na exposição fotográfica “Populações Tradicionais do Tocantins: Cultura e Saberes de Comunidades Quilombolas”. A mostra foi aberta na noite da última terça-feira, 12, no corredor cultural do bloco VI do campus da Universidade Federal do Tocantins em Palmas.

Com vinte e uma telas a exposição é resultado de uma pesquisa sociocultural realizada por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da UFT com o apoio do Governo do Tocantins, por meio da Sedecti- Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação e do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. A exposição, que será itinerante, estará na Capital por duas semanas e depois percorrerá outros Campi da UFT.

Dos vinte grupos já reconhecidos como remanescentes de quilombolas no Tocantins as imagens, que foram produzidas pela artista Lucia Rocha, mostram o dia-a-dia das comunidades quilombolas Malhadinho e Córrego Fundo, em Brejinho de Nazaré; Morro de São João, localizada no município de Santa Rosa do Tocantins; e Redenção, que fica no município de Natividade do Tocantins.

Segundo a coordenadora da pesquisa, Karylleila dos Santos Andrade, as comunidades de Mimoso e Kalunga, localizadas no município de Arraias 413 km de Palmas, e Mumbuca, Formiga, Carrapato e Ambrósio, localizadas no município de Mateiros, na região do Jalapão, também serão temas de outra exposição fotográfica prevista no projeto de pesquisa. A pesquisadora explica que, “a idéia é dar visibilidade a esta população que tem tanto a nos ensinar sobre cultura, religiosidade, artesanato, culinária e etc”, destaca a professora.

A estudante do 6º período de Comunicação Social na UFT, Camila Soares, ficou encantada com a beleza das fotos e disse, “através dessa exposição a gente consegue visualizar a realidade do nosso povo quilombola. E isso com certeza vai contribuir muito para minha formação enquanto comunicóloga”, conta a estudante que também é fotógrafa.

Pesquisa

Desenvolvida com o apoio da Secretaria Estadual do Desenvolvimento Econômico,  Ciência, Tecnologia e Inovação por meio do PPP – Programa Primeiros Projetos, desenvolvido em parceria com o CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, a pesquisa tem o objetivo de sistematizar o conhecimento dos povos quilombolas do ponto de vista acadêmico e intelectual, para que a sociedade conheça as práticas culturais e sociais da população afro descendente.

O estudo contou ainda com a participação das pesquisadoras Kátia Maia Flores, doutora em História, e Roseli Bdnar, mestre em Literatura, além de alunos dos cursos de Artes e Filosofia da Universidade. No primeiro momento foi realizado um contato de reconhecimento para que a comunidade percebesse a importância da pesquisa para o local.

Além da exposição a pesquisa também prevê a publicação de um livro com as informações e dados obtidos a partir das visitas in loco, além de outra exposição fotográfica e a criação de um vídeo documentário sobre as comunidades. Segundo a coordenadora da pesquisa ainda será montado um espaço em cada comunidade para exposição permanente do material levantado durante o estudo.