A cultura e a tradição popular ganharão as ruas da cidade histórica de Natividade, neste fim de semana. No sábado, 18, e no domingo, 19, serão realizados os tradicionais festejos da Folia do Divino Espírito Santo.
Aberto a toda a comunidade, o evento é um momento em que além de orações e missas, população e foliões festejam a tradição com cantos, música, bebida e comida. Várias lendas que povoam o imaginário popular são revividas, como a Festa do Capitão do Mastro e do Imperador. O passado, entendido como um rico legado cultural deixado pelo europeu colonizador, pelo negro e pelos índios, se perpetua na forma reelaborada pelas comunidades contemporâneas, sem perder o caráter histórico.
No sábado, o festejo começa às 13 horas, com o pedido de esmola pelas ruas, saindo da Igreja do Divino. À noite, a partir das 19 horas, será celebrada a missa do Capitão do Mastro, na Igreja do Divino, seguida da Procissão do Mastro, da levantada do Mastro, na praça da Igreja Matriz e da Festa do Capitão do Mastro, na rua Filadélfio Nunes, próximo à Câmara da cidade.
No domingo, a folia é retomada cedo, às 8 horas, com a coroação do Imperador feita pelo Procurador da Sorte, logo em seguida começa a cerimônia de reinado, celebrada da casa do Imperador até a Igreja do Divino. Às 9 horas, começa a Missa de Petencostes. Meio dia, é a vez da festa do Imperador, que só termina com a transmissão dos cargos aos festeiros que serão responsáveis pela Folia de 2014.
História
A Festa do Divino Espírito Santo, de origem portuguesa, é celebrada desde o século XVI. Em Natividade, a festa começa na Páscoa, com as Folias do Divino, peregrinações que duram 40 dias por diversas localidades da região e lembram as andanças de Jesus e seus apóstolos.
Os foliões que representam os apóstolos andam em grupo de 12 ou mais homens, conduzidos pelo alferes, em jornada pelo sertão. Esse grupo percorre as casas dos lavradores, abençoando as famílias e unindo-as em torno da celebração da festa que se aproxima. Saem a cavalo pelas trilhas e estradas, quando chegam às fazendas para o pouso, alinham os cavalos no terreiro e cantam a licença, pedindo ritualmente acolhida. Durante o giro os foliões recolhem donativos e convidam a população para a festa.
O Imperador é o personagem principal da festa. Diferentemente de outros impérios, aqui é aberto para escolha de novos imperadores todos os anos. é ele o responsável pela preparação e realização da festa, devendo ser, ao mesmo tempo, seu maior investidor e aquele por meio de quem a cidade presta suas homenagens ao Divino, como uma espécie de Espírito Santo.
Outros personagens da festa são: o Capitão e a Rainha do Mastro, o despachante, os foliões, os alferes, os arrieiros, os caixeiros e o procurador da sorte.