A repercussão sobre o auxílio-moradia instituído aos deputados estaduais continua e já faz até com que alguns parlamentares mudem de opinião sobre o benefício. Além dos cinco deputados que assinaram ato legislativo informando que abrirão mão de receber o auxílio, Marcelo Lelis (PV), Josi Nunes (PMDB), Sargento Aragão (PPS), Freire Junior e Luana Ribeiro (PR), os deputados Wanderlei Barbosa (PEN) e Eli Borges também afirmam que optaram por não receber o benefício.
Eli, em comunicado nesta sexta-feira, 28, diz que nunca recebeu o benefício e que está decidindo entre doá-lo mensalmente para alguma entidade, mediante prestação de contas, ou simplesmente não receber. “Reafirmo o meu compromisso de exercitar a política decente como me esforço por fazê-lo há 21 anos”, diz o deputado em seu comunicado. O deputado apresentou ainda uma certidão da área orçamentária e financeira da Assembleia que confirma que ele nunca recebeu o auxílio.
Oficialmente a Diretoria de Comunicação da Assembleia informou ao Conexão Tocantins nesta sexta-feira, 28, que além de Freire, Josi, Luana, Lelis e Sagento Aragão os deputados Wanderlei Barbosa e José Geraldo de Melo Oliveira (PTB) também comunicaram a Casa abrindo mão do benefício. Ainda conforme a Casa de Leis, os deputados Eli Borges e Vilmar do Detran (PMDB) não apresentaram as informações para depósito do valor do benefício, portanto, não receberam, assim como o deputado José Geraldo, que comunicou a Casa, por meio de oficio no dia 19 de junho, abrindo mão de receber o benefício. No ofício o petebista respondia à CI nº 045 - DIREG que solicitava as informações bancárias do deputado para o depósito do auxílio.
O assunto causa polêmica entre os deputados principalmente depois de requerimento do deputado Marcelo Lelis (PV) que pede a extinção do benefício. A matéria ainda não foi apreciada em plenário e pode ser votada apenas após o recesso que começa na próxima semana. Dos deputados estaduais apenas Lelis se manifestou a favor da extinção. Ele diz acreditar que pelo menos os que abrirão mão também vão votar pela extinção mas maioria dos deputados não confirmou se defende ou não o cancelamento do benefício.
Repercussão
O pagamento do auxílio-moradia no valor de R$ 3.429,50 para os deputados estaduais começou a ser pago em maio e maioria dos parlamentares já recebeu o beneficio, segundo informação da própria Assembleia. Alguns deputados, inclusive Lelis, voltaram atrás mas a instituição do auxilio foi feita através de ato da mesa diretora que contou com assinatura de todos os 24 deputados.
Uma das maiores críticas de setores da sociedade foi o fato de maioria dos deputados estaduais terem residência própria em Palmas. Além das criticas, vários movimentos sociais protestaram na Assembleia contra o pagamento do auxílio. O impacto do auxílio para a Assembleia será em torno de R$ 800 mil por ano, como estimou o presidente. O valor do auxílio corresponde a 90,25% do mesmo benefício recebido pelos deputados federais. Um deputado ganha R$ 45 mil de verba de gabinete por mês para pagar servidores, R$ 25 mil de verba indenizatória e mais R$ 20 mil de salário.