O juiz Luatom Bezerra Adelino de Lima, da Comarca de Goiatins, acompanhado do promotor de justiça Alzemiro Wilson Peres Freitas e do defensor público Hildebrando Carneiro de Brito promoveram uma reunião na aldeia Bacurí para tratar de irregularidades dos cartões de benefícios dos indígenas da comunidade Krahô. Participaram ainda do encontro o secretário do juízo da Comarca, Jenilson Rodrigues de Araújo e os representantes da Fundação Nacional do Índio (Funai), Herly Henes Torres e Bruno Oliveira Aroni.
No encontro, realizado na última terça-feira (3/9), que teve ainda representares das aldeias Rio Vermelho, Nova, Nova Aldeia e Makaré, os indígenas reclamaram que seus cartões de benefícios, como o Bolsa Família e os da Previdência Social que atendem aposentados e pensionistas, estariam sendo retidos por comerciantes de Goiatins, como garantia de pagamento de despesas realizadas ou de prestações.
Pelos relatos apresentados o esquema funcionaria da seguinte maneira: um beneficiário do Bolsa Família, por exemplo, em dívida com o proprietário de um estabelecimento, deixa o cartão do programa e a senha com o comerciante para quem deve. Ao final de cada mês, o próprio comerciante é quem saca o benefício em uma instituição bancária ou no posto de recebimento. O valor retirado é informalmente descontado da quantia em débito. Em uma variante da prática, um cliente, ao fazer uma compra em prestações, entrega o cartão e senha ao lojista como garantia de que irá honrar as parcelas seguintes. Os dois modelos são considerados crime.
Uma nova reunião será realizada na próxima quinta-feira (12/9), dessa vez com os comerciantes do município de Goiatins, já que, uma vez contatada a irregularidade os empresários estariam incorrendo num crime. (Com informações do TJ)