O Conselho Superior da Universidade Federal do Tocantins (Consuni/UFT) aprovou nesta terça-feira, 19, resolução que determina o sistema de cotas para quilombolas no processo seletivo para os cursos de graduação da Instituição. A aprovação garante 5% do total das vagas para vestibulandos provenientes de comunidades remanescentes dos quilombolas.
O professor Alan Barbiero, ex-reitor da UFT e atual secretário do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Tocantins (Semades), comemorou a aprovação da resolução. Segundo ele, a demanda de cotas para os quilombolas foi levantada durante a realização das Conferências Regionais de Meio Ambiente, realizada pela Semades de maio a setembro deste ano.
“Os quilombolas presentes nas reuniões apresentaram essa demanda. Então fizemos uma articulação com o reitor e pró-reitores da UFT para que a lei fosse discutida e aprovada pelo Consuni”, explicou. Para Barbiero, a política é importante para o resgate de um passado de quase 400 anos de escravidão.
Quilombolas
Cerca de 70 estudantes, representantes de seis comunidades quilombolas no Tocantins, estiveram presentes na reunião do Consuni. O coordenador estadual das comunidades quilombolas do Tocantins e membro do quilombo Morro São João, Carlos Eduardo Negres, disse que essa é uma oportunidade para a inserção dos jovens quilombolas no ensino superior. “Nós precisamos dos nossos membros dentro da universidade, levando a nossa cultura, os nossos anseios e os nossos saberes para esse espaço”, afirmou.
Para o presidente da Associação da Comunidade Quilombola Rural Malhadinha, José Ribeiro de Sousa Neto, é uma grande conquista para todo o povo quilombola do Tocantins. “Para nós é um sonho que está se realizando, porque antigamente não conseguíamos nem imaginar alguém da comunidade dentro da universidade. E estamos felizes por podermos comemorar isso próximo ao Dia da Consciência Negra”, destaca.
Na ocasião, também estiveram presentes membros de mais quatro comunidades quilombolas do Tocantins: Prata, Mumbuca, Córrego Fundo e Barra da Aroeira.