A divisão interna no PP já ecoa entre os outros partidos que também integram a terceira via. O PSL, comandado por Cristian Zini Amorim e que tem como pré-candidato ao Governo do Estado o suplente de senador, Marco Antônio Costa, disse ao Conexão Tocantins na tarde desta quarta-feira, 5, que a terceira via pode ser formada sem o PP.
O motivo é a intenção do presidente regional do PP, Lázaro Botelho e do pré-candidato da legenda Roberto Magno Martins Pires de coligar com o PMDB da senadora Kátia Abreu, além da tentativa dos dois de isolar o prefeito Carlos Amastha (PP) que é quem realmente tem liderança, prestígio e poder de transferência de votos dentro da sigla. “Desde o início definimos que o comandante para viabilizar a terceira via seria o prefeito Amastha por dois motivos: primeiro porque ele conseguiu vencer a eleição de uma maneira brilhante e histórica e segundo porque ele não tem interesse pessoal no processo já que não será candidato. A visão dele é de grupo”, afirmou Cristian Zini.
O presidente do PSL frisou que caso o comando atual do PP não permita que Amastha seja o condutor e além disso faça coligação com outras forças políticas que não pensam igual ao grupo, a terceira via poderá ser formada apenas pelo PSL, PCdoB e PT. “Se o PP não estiver estaremos junto com o prefeito, montaremos a candidatura do grupo com chances reais de disputar uma majoritária. O prefeito tem capacidade de gestão e articulação”, opinou, acrescentando que a gestão de Amastha está refletindo no interior do Estado e que ele é peça fundamental na corrida pelo Palácio Araguaia.
O representante do PSL foi ainda mais contundente: “Se o prefeito entender que não continua no grupo do seu partido, o PSL montará base junto com ele e os outros partidos e iremos para o embate político com o Amastha como o comandante”, frisou. Ele não quis comentar as divergências internas do PP, mas opinou que: “se o PP insistir no atual posicionamento vai perder a maior liderança no Estado que é o prefeito”, disse.
Saída de Borges
O presidente lamentou ainda a retirada do nome do ex-ministro Luiz Carlos Borges da Silveira como pré-candidato da legenda. “Infelizmente ele teve que sair para cuidar da saúde mas o PSL continua preparando o partido para ter condições de participar da terceira via na majoritária. Já estamos rodando algumas cidades e municípios”, disse.
Nicolau e Amastha
Também do grupo da terceira via, o pré-candidato do PT ao Governo do Estado, Nicolau Esteves, também disse ao Conexão Tocantins que faz parte do grupo do prefeito Amastha. “Sou muito ligado ao prefeito e faço parte do staff dele. Minha tendência é marchar junto com o Amastha porque sou parte de um projeto dele”, frisou. O pré-candidato disse que torce para que a cúpula do PP e o prefeito se alinhem e que nenhuma decisão seja tomada sem consultar o grupo. “O PP tem pessoas de bom senso e espero que se entendam. O projeto que estamos fazendo tem que estar acima dos problemas pessoais”, frisou.
Nicolau comentou também que concorda com Amastha sobre a rejeição a uma coligação com o PMDB. “Se o Amastha vetar esse acordo com o PMDB estou do lado dele”, frisou.
PP rachado
Há algumas semanas já era evidente o racha no PP entre o grupo do prefeito Carlos Amastha e o atual comando da sigla que tem forte influência do secretário geral Robson Ferreira, que, entretanto, nunca enfrentou as urnas.
Nesta última terça-feira, Amastha foi convidado para uma reunião com o presidente nacional da legenda, Ciro Nogueira, juntamente com Lázaro Botelho e Roberto Pires, em Brasília. Entretanto, segundo fontes de Brasília, o prefeito teria abandonado mesa de reunião quando foi colocada a perspectiva de uma possível aliança com o PMDB da senadora Kátia Abreu. A informação oficial, entretanto, por parte do prefeito, é que seu voo de ida a Brasília teria se atrasado. O comando regional PP também seguiu nesta linha de justificativa.
Sem a presença do gestor Botelho e Pires conseguiram aval da nacional para conduzir as alianças no pleito. Por outro lado Amastha diz que não vai discordar a posição que a cúpula da legenda tomar mas já avisou que se o PP coligar com o PMDB, sigla que abriga sua maior adversária política senadora Katia Abreu, não participará do processo político.
Antes da reunião com a nacional no dia do evento do PT as divergências ficaram ainda mais claras. Amastha afirmou que o PMDB tinha que se livrar da senadora para depois pensar em aliança com a terceira via. Em seguida no mesmo evento o presidente regional do PP disse que as portas estão abertas para o PMDB. (Atualizada às 15h40)