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Estado

Foto: Divulgação

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O presidente da Câmara de Gurupi, Cabo Carlos, recebeu na ultima sexta-feira 14, um abaixo assinado com 2.500 assinaturas dos representantes da Igreja Católica local, pedindo a substituição da Lei nº 2.139 de 24 de dezembro de 2013, que instituiu o feriado do dia de Santo Antônio para “Data Comemorativa” no município.

Foi protocolada logo após a entrega, uma solicitação de Audiência Pública pela vereadora Marilis Fernandes (PDT), com a finalidade de ouvir novamente os representantes da Igreja Católica, evangélicos, fiéis, padres, pastores, funcionários, empresários e a comunidade sobre a mudança.

O presidente da Câmara entende que, “como o Projeto de Lei nº 65/2013, foi protocolado por iniciativa do prefeito, a Câmara vai conversar para ver se existe interesse dele em mandar o Projeto de Lei para Câmara, porque existem Leis que são exclusivamente do prefeito, a Câmara não pode criar um feriado, só o Executivo pode criar. Veremos juridicamente na procuradoria, se a iniciativa de lei é de competência da Câmara ou não, pois não é uma criação é somente uma revogação, mas precisa de um parecer jurídico”, afirmou.

Questionado sobre uma possível copiosa manifestação dos evangélicos, Carlos argumentou, “Não podemos antecipar, mas de repente podemos criar uma solução que atenda os evangélicos os católicos, e que atenda os empresários [...]”, finalizou.

Feriados/Data comemorativa

O Projeto de Lei Ordinária (PLO-E), de nº 65/2013, ementa que pedia a alteração do artigo 1º da Lei nº 1.907, de 06 de dezembro de 2010, relativo ao dia dos evangélicos, e a de nº 64/2013, ementa que pedia a alteração do artigo 1º da Lei nº 588, de 09 de agosto de 1984, relativo ao feriado de Santo Antônio, ambas do Executivo Municipal de Gurupi, foi entregue na Câmara Municipal, no dia 13/12, onde foram votadas e aprovadas no dia 18/12. Sendo assinadas pelo prefeito Laurez Moreira em 23/12, tornando Leis Ordinárias 2140/2013 e 2139/2013 na esfera municipal, onde transformaram os feriados de Santo Antônio e do Dia dos Evangélicos em datas comemorativas.

Vereador

Integrando o grupo formado pelos Padres Vanderlan, Diniz e o diácono Fabiano, o ex-vereador do (PMDB), Kita Maciel objetivou a manifestação, “O objetivo principal é que revogaram uma lei, queremos que em Gurupi, o dia do seu Padroeiro seja como nos outros municípios do País que é feriado, e aqui infelizmente a Câmara Municipal entendeu por bem revogar, cedendo algumas pressões. O movimento católico é contrario a isso ai, porque não trata de um feriado Católico, é um feriado em honra a um padroeiro da cidade, é uma questão cultural que mexeram, [...] Nós defendemos a retomada do feriado em honra do Padroeiro da cidade, por uma questão de cultura e as tradições católicas”, disse.

Questionado se a pressão que ele citou veio do segmento evangélico ele negou e apontou que veio da CDL, “No abaixo assinado pedindo a volta do feriado católico, vários evangélicos assinaram, pelo menos os que eu andei com eles, [...] nós não temos nada contra o dia do feriado dos evangélicos, muito pelo contrario, eles podem também fazerem um abaixo assinado pedindo a volta do feriado”, explicou.

Logo em seguida reforçou sua colocação quando contestou seu posicionamento contra a manifestação da CDL em extinguir uma feriado religioso, “Olha eu ganho meu dinheiro aqui e gasto no comércio local, então eu acho que essas coisas tem que colocar na balança também, eu acho que um dia de feriado, um feriado religioso, não vai fazer o dono da empresa ficar mais pobre com isso, esse feriado é desde o ano de 1984, por que somente agora despertou toda essa questão a respeito do feriado que atrapalha o comércio, eu entendo que não atrapalha, aliás, acho que o padroeiro Santo Antônio abençoa todos os comerciantes de Gurupi”, concluiu.

Padre

Padre Vanderlan, um dos líderes da manifestação, cita em suas palavras que até mesmo uma grande metrópole como São Paulo, para no dia de seu padroeiro e que Gurupi é a única exceção, “Na verdade nós ficamos sabendo disso depois que tinha feito a alteração da lei, retirando o dia do Padroeiro Municipal, então levamos a conhecimento da população católica, e o povo é claro não gostou, uma vez que o povo tem as suas raízes, e deve muito a essa questão da fé, então nós fizemos uma movimentação, e começamos a colher as assinaturas, em aproximadamente dois meses”, afirmou.

“Temos cerca de 2500 assinaturas, é a manifestação do povo contra o que os nossos gestores fizeram, retirando o feriado do Padroeiro, sem levar a conhecimento da população. [...] a grande maioria dos Padres e Diáconos são contra a retirada do feriado, somos a favor de que mantenha o feriado, pois isso está ligado não apenas a questão religiosa, mas ao cunho cultural, as raízes culturais nossas estão ligadas a questão do padroeiro. Para termos a dimensão do valor de um Padroeiro é que todos os municípios do Brasil param no dia de seu Padroeiro, inclusive as grandes metrópoles, por exemplo, São Paulo para no dia de seu Padroeiro, exceto Gurupi, Gurupi é a única exceção, nosso objetivo é que o poder público possa revogar essa lei, que retirou o feriado e manteve apenas como uma data comemorativa”, disse o Padre. (Folha Tocantins)