Com o tema “Responsabilidade Socioambiental”, o professor Alan Barbiero, foi o palestrante de abertura do Painel Água e Energia: Responsabilidade Socioambiental, dentro da programação da 5° Semana da Água. Doutor em sociologia pela Universidade de Brasília – UNB, Barbiero traçou um apanhado histórico do processo de construção dessa responsabilidade socioambiental e como buscar o desenvolvimento de uma consciência de conservação e preservação no Brasil.
Segundo o palestrante, a concepção de responsabilidade socioambiental no Brasil começou a ser firmada a partir da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - RIO 92, também conhecida como Cúpula da Terra, e através da pressão internacional para a conservação dos bens naturais do país. “Essa ação social, voltada para o meio ambiente, começou a ser cobrada por bancos internacionais como contrapartida para empréstimos ao país e assim fomos começando a trabalhar uma responsabilidade socioambiental”, explicou.
Barbiero definiu que o termo responsabilidade socioambiental é um conjunto de ações empresariais para que as organizações hajam em harmonia com o meio ambiente e a sociedade. Situação que deve ser incentivada, mas que as próprias empresas usam como estratégia de venda e apelo social. “As empresas sabem que a imagem que elas constroem pode sensibilizar o consumidor”, disse.
Desenvolvimento tecnológico
Para o professor, a solução para que possamos produzir menos resíduos, reciclar mais materiais e resgatar o desastre socioambiental que o país sofreu ao longo de 500 anos está na educação e na revisão nos modos de produção e consumo. “Temos que buscar um estágio mais avançado e atacar a raiz do problema, essa organização social voltada para o consumo exacerbado, sem consciência. Ai fica a pergunta, estamos dispostos a mudar o nosso padrão de consumo, nosso status?”, questionou.
O palestrante definiu que a sociedade do conhecimento deve substituir a sociedade do consumo. Para ele, uma responsabilidade ambiental justa, sustentável e viável necessita de uma transformação na educação. “Na sociedade do conhecimento o valor agregado está na patente, no conhecimento, na inovação tecnológica e não nas estruturas físicas”, pontuou.
Ao finalizar, Barbiero destacou que o Brasil tem grandes desafios, dentre eles o seu amadurecimento cultural e educacional. “Quando conseguirmos essas mudanças teremos empresas, gestores e principalmente uma sociedade com um novo pensamento sócioambiental”, concluiu.