A greve dos professores da Educação em todo o Estado, deflagrada no início desta semana, foi alvo de discussões, debates e cobranças na sessão desta terça-feira, 25, na Assembleia Legislativa. Tudo começou quando a deputada Josi Nunes foi à tribuna cobrar que o governo dialogue com a categoria sobre as demandas. Ela criticou a falta do repasse para as escola. “ Tem escola onde os professores estão vendendo geladinho para conseguir pagar as contas de luz e água. Isso é um absurdo”, frisou.
Josi frisou que as demandas são legítimas e que o governo precisa atender as reivindicações.
As cobranças de Josi foram rebatidas pelo deputado estadual Stalin Bucar (SD) que acusou o presidente do Sintet, José Roque de estar usando a greve politicamente. “ Esse presidente aí é político partidário”, frisou. Roque chegou a criticar a indicação de diretores por parte de deputados da base do governo.
Bucar disse que o governo atualmente paga um salário maior que o piso estadual. “ Concordamos com a greve desde que não seja usada para fins políticos”, disse. Bucar criticou ainda o ex-governador Marcelo Miranda e disse que na gestão dele os professores fizeram várias mobilizações. Ele ainda fez uma série de acusações contra Miranda.
Josi rebateu o parlamentar do governo. “ Foi este governo que acabou com o acesso de cargo dos professores que tinham progressão e perderam. Foi este governo que desviou mais de R$ 300 mi do Igeprev. Quero dizer que o salário, a progressão e o plano de carreira quem criou e melhorou o salário foi o governo Marcelo Miranda”, disse. A deputada defendeu ainda o ex-governador Marcelo Miranda. “ No governo Marcelo Miranda não houve paralisação nenhuma, não houve greve. Foi o governo que mais valorizou o servidor por isso o povo clama por Marcelo Miranda. Esse governo não respeita nem os servidores nem o povo”, disse.
Bucar reagiu às palavras de Josi. “ Ainda não tivemos notícia ou julgamento de desvio de notícia por parte do governador mas ao todo momento chega a nossas mãos medidas judiciais para ressarcir milhões que foram praticados no governo de Marcelo Miranda”, cutucou.
Um cidadão que assistia a sessão da tribuna de honra se manifestou com gritos contra a fala de Stalin e o presidente da sessão, Osíres Damaso, chegou a pedir que se a ordem não fosse mantida o segurança retirasse o indivíduo da sessão.
Críticas
O deputado do PT, José Roberto Forzani disse que o governo quer tirar o foco da greve. “ O povo quer saber é quando esse governo vai pagar as escolas para que os professores parem de vender geladinho? Cadê o dinheiro e as respostas”, disse.
O deputado do PMDB, José Augusto ironizou o deputado Stalin: “ O deputado está numa tarefa impossível que é tentar mostrar serviço é carregar pedra pro céu sem motor”, disse. Ele chegou a dizer que nenhum segmento foi beneficiado pelo governo na atual gestão. O parlamentar ainda disse que o governador não deve ser candidato à reeleição. “ Ele não será candidato porque não tem coragem de enfrentar o eleitor já que na campanha mentiu mais que cachorro”, disse.
Marcelo Lelis (PV) saiu em defesa da greve e chegou a dizer que o movimento do PV "teve a felicidade" de encontrar professores mobilizados na região Sul do Estado em razão das reivindicações. Ele disse que os professores não querem aumento salarial e sim melhores condições de trabalho. " Não somos nós deputados que temos que indicar diretor", disse.