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Cultura

Foto: Divulgação

Com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura de Gurupi, a Cia Blanche Torres apresenta no próximo dia 12 de setembro, o espetáculo ‘Dialeto Manoelês’. O evento que acontece no Centro Cultural Mauro Cunha,  a partir das 20 horas.

A secretária de Cultura de Gurupi, Zenaide Dias da Costa informa que o espetáculo é voltado para todos os públicos e tem investimento da Funarte (Fundação Nacional das Artes), ligada ao Ministério da Cultura, pois o grupo ganhou o prêmio Klauss Vianna de dança para circulação.

O espetáculo foi selecionado pela Funarte para ser apresentado em cidades do Centro-Oeste e Norte do Brasil. “Esperamos um grande público em Gurupi para esse evento, que está encantando a todos por onde passa”, afirmou Zenaide.

Além do espetáculo, a companhia vai ministrar oficina em Gurupi de composição coreográfica, sob a coordenação da  especialista em dança e coreógrafa Blanche Torres, com duração de duas horas.

A oficina  é baseada no processo de montagem do espetáculo Dialeto Manoelês. Como metodologia, serão utilizados os princípios do Estudo das Qualidades de Movimento do pesquisador Rudolf Laban. Um trabalho de criação individual e coletiva, tendo como ponto de partida os poemas de Manoel de Barros.

Criado pela Funarte em 2006, o Prêmio Funarte de Dança Klauss Vianna apoia a produção nacional por meio do financiamento de montagens de espetáculos e investe na manutenção de programas de grupos, ou companhias de dança como oficinas, projetos de pesquisa teórica e de experimentação de linguagem. Esta é a primeira vez que a Cia. Blanche Torres recebe o prêmio. “Ficamos felizes com o resultado, mesmo porque é nossa primeira participação no prêmio e já tivemos um espetáculo selecionado”, comemora Blanche Torres. “Estamos levando nossa arte para outros Estados numa caravana composta por cinco bailarinos: Lorena Hernández, Társila Bonelli, Maria Helena, João Rocha e Flávio Calixto, além do produtor João Paulo Vadora, iluminador Jorge Nilson e eu”, explica Blanche Torres.

O Espetáculo

O ‘Dialeto Manoelês’ é um espetáculo de dança que tem duração de aproximadamente 50 minutos, utiliza recursos de multimídia e que teve como fonte de inspiração a poética de Manoel de Barros, sobretudo a frase do poeta: “Minha poesia humaniza as coisas e coisifica os homens”, disse a coreógrafa, diretora e produtora Blanche Torres que dirige a Companhia de dança desde 2006.

“Mergulhamos no universo da poesia, da infância, das imagens absurdas e lindas. Pesquisamos os sons, o silêncio e o ‘dialeto dos corpos’, presentes na poética de Manoel de Barros. É um espetáculo para crianças ou para os adultos que não deixaram de ser crianças. É uma brincança, não um espetáculo de ‘dança contemporânea’. Nosso espetáculo não é para ‘entender’, mas para ‘incorporar’, assim como a poesia do nosso poeta” explica Blanche.

Segundo a bailarina Lorena Hernández a expectativa e preparação para a apresentação é sempre muito boa. “Já nos apresentamos em vários municípios de Mato Grosso do Sul e do Mato Grosso, agora é a vez do Tocantins conhecer nosso trabalho”, disse.

 A bailarina Társila Bonelli define o ‘Dialeto Manoelês’ como um espetáculo alegre, de muitas imagens, que faz o público retornar a sua infância, trazer de volta suas memórias mais felizes. “Muitas e muitas vezes durante a cena até esquecemos que estamos no palco. Dá vontade de chamar a platéia pra participar, interagir com a gente” disse Társila.

A bailarina Maria Helena disse que a preparação física e artística para o ‘Dialeto’ se baseou na teoria do movimento do bailarino e pesquisador Rudolf Laban, na qual são trabalhadas diversas qualidades de movimento em várias posições e velocidades. “A criação das coreografias do espetáculo foi toda baseada nos resultados dos exercícios das aulas da Banche e das oficinas que participamos com a bailarina Maria Elvira Machado e o bailarino e professor da UFBA, Hugo Leonardo”, explicou.

Para o intérprete do espetáculo João Rocha o Dialeto Manoelês é sem dúvidas um dos principais espetáculos de dança do Mato Grosso do Sul. “Temos uma rotina corrida durante a semana com aulas, preparação, ensaios durante dois anos, e esse trabalho está sendo reconhecido nacionalmente como o prêmio Klaus Vianna da Funarte. É de grande importância que circulemos em nosso Estado, para a valorização dos artistas regionais”, disse.

Para o bailarino Flávio Calixto o Dialeto Manoelês define-se como um espetáculo ‘metamorfose’; homem vira coisa; vira ‘pedra’; coisa vira homem, um mundo de transformação, como as libélulas são insetos aquáticos durante a idade prematura, apresentando-se como voadores na idade adulta. “Um mundo de brincadeiras de crianças.