Percebendo a falta de autoestima em parte dos alunos, a professora de História, Ana Lúcia Lima Aguiar, da Escola Estadual Maria dos Reis, do Jardim Taquari, em Palmas, começou a desenvolver há 2 anos o projeto Noite Afro-brasileira. Através do projeto, os alunos estudam as lendas, os heróis negros brasileiros, a história da África, a influência cultural brasileira proveniente dos afrodescendentes. Os resultados são apresentados para a comunidade através de danças, teatro e comidas típicas.
De acordo com a coordenação do projeto, o resultado foi tão positivo que a “Noite” foi transformada em uma semana de atividades diversificadas, que serão apresentadas no mês de novembro. “Entre os resultados estão a melhora na autoestima, o reconhecimento do potencial dos jovens, o aprendizado e o envolvimento dos alunos”, contou a idealizadora da Noite Afro-brasileira.
O projeto foi compartilhado com outros educadores no Seminário de Gestão Escolar realizado em Palmas, no mês de setembro, segundo Ana Lúcia. “Precisávamos de um projeto que trabalhasse a identidade do povo brasileiro, especificamente, dos negros. E aí adaptamos um projeto que desenvolvíamos há seis anos, no Sesi (Serviço Social da Indústria), com os trabalhadores e o resultado foi muito positivo”, destacou.
A estudante Kamilla Alves, 18 anos, aluna do 3º ano do ensino médio, é regente da fanfarra da escola e uma das coreógrafas das apresentações do projeto, além de ajudar na organização das apresentações. “Eu faço parte do grupo de dança e quando danço me sinto livre, feliz e realizada. Acho o projeto importante para preservar as tradições”, ressaltou.
Mais do que promover um momento descontração entre os alunos, a Noite Afro-brasileira possibilita ampliar os conhecimentos sobre o continente que é considerado uma das bases da cultura do Brasil. Derley Raposo da Silva Macuxi, também aluno do 3º ano do ensino médio disse que o projeto é essencial para se conhecer a cultura um dos outros. “Ele nos proporcionou conhecer as belezas culturais presentes nas comunidades quilombolas e o trabalho sobre o preconceito, sei que isso é muito forte, principalmente, com relação aos indígenas”.
Cidadania
Além da parte cultural e dos costumes africanos, o projeto desenvolvido na Escola Estadual Maria dos Reis leva aos alunos lições de cidadania, como igualdade e preconceito, como contou uma das participantes. Rainária de Oliveira Lopes disse que sabia da existência do preconceito racial, mas não imaginava o tamanho do problema que ele causa. “O projeto é importante para conhecermos o que acontece com as outras culturas e, com ele, aprendemos a respeitar todos os seres humanos”, disse. (Ascom Seduc)