Experimentos da Embrapa em parceria com a Universidade Federal do Tocantins (UFT), câmpus de Gurupi, vêm testando opções de consórcio de soja com diferentes forrageiras para recuperação de áreas degradadas. Um dos pontos trabalhados é a capacidade de absorção e retenção de água no solo.
Um dos pesquisadores envolvidos é Leandro Bortolon, da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO). Ligado ao Núcleo Temático de Sistemas Agrícolas, ele explica que "em relação à água, o solo deve ser capaz de, num evento de chuva, ter a capacidade de absorver o impacto da gota da chuva, causando o mínimo de desagregação. Deve permitir que a água infiltre no solo e, ao mesmo tempo, que a mesma fique retida. Nesse processo como um todo, deve apresentar características físicas (densidade, por exemplo) que permitam o adequado desenvolvimento das raízes".
O pesquisador destaca a importância do manejo tanto do solo, como da própria cultura agrícola, "pois através do manejo adequado é que se aumenta a cobertura superficial do solo, que se aumenta a resiliência do impacto da gota da chuva e se aumenta a quantidade de água retida no solo. A importância do solo reter mais água se faz proeminente quando ocorrem períodos de deficiência hídrica".
Foram plantadas parcelas experimentais de soja com diferentes forrageiras. Segundo Leandro, "os resultados apontam que forrageiras do gênero Panicum (massai e mombaça) possuem maior capacidade de proporcionar ao solo condições físicas que aumentem a quantidade de água no solo".
Área degradada
Hoje, o Tocantins possui 5 milhões de hectares de áreas com algum grau de degradação. O dado é da Coordenadoria de Transferência de Agrotecnologia do estado, que é ligada à Secretaria de Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro). Parte dessas áreas, onde se planta soja (o principal grão produzido no estado), pode adotar os plantios consorciados sugeridos pela Embrapa visando ao aumento da quantidade de água no solo. (Ascom Embrapa)