O Governo do Tocantins é parceiro das instituições de ensino e acredita na importância de contribuir com a formação dos profissionais de saúde. Em todo o Estado há 4.435 estudantes fazendo estágio, especialização ou residência médica nos hospitais públicos do Tocantins e unidades de saúde. Destes, 3.381 são estudantes de graduação e 897 estudantes de cursos técnicos fazendo estágios, 76 são profissionais da saúde cursando especialização, e 81 são médicos fazendo residência, além dos internos dos cursos de Medicina das universidades tocantinenses.
A diretora do Hospital Geral de Palmas (HGP), Renata Nogueira Duran, conta que somente na instituição há 805 estudantes de 10 instituições de ensino. Entre eles, estão 671 estagiários, 94 internos e 42 residentes. “O Hospital Geral de Palmas tem como missão três pilares: atendimento de qualidade, responsabilidade social e geração do conhecimento, e todos os estudantes [estagiários, internos e residentes] participam dessa proposta. Há alguns anos, o hospital vem convivendo com esse grupo e isso agregou muito ao trabalho desenvolvido”, ressalta.
A responsável pelo Núcleo de Educação Permanente do HGP, Ana Carolina Almeida, explica que o núcleo é o responsável pela formação dos estudantes no campo do estágio, internato e residência médica. “O HGP recebe estagiários de instituições de ensino de Palmas e oferece até 1.200 vagas distribuídas em internato e residência médica e estágios nas áreas de enfermagem, fisioterapia, nutrição, odontologia, farmácia, psicologia, técnico de instrumentação cirúrgica, técnico em enfermagem e técnico de radiologia”, exemplifica.
HGP e ensino
O preceptor do internato de clínica médica e supervisor da residência de reumatologia, doutor Fernando Lira, fala da importância do Hospital Geral de Palmas no contexto da formação dos profissionais de saúde do Estado. “As universidades têm a necessidade de proporcionar aos estudantes a prática em um hospital com um perfil deste [HGP] e que faça a vez de um hospital-escola. Sem isso, inviabilizaria os cursos, pois a segunda parte, a prática, é tão importante quanto a teórica”, afirma.
Fernando Lira explica que é exatamente na parte prática que os alunos têm o contato com o dia a dia do hospital, dos pacientes e suas doenças, do manejo delas, das discussões clínicas, dos ambulatórios e das cirurgias. “É esse rosário de informações e procedimentos que habilita o interno, enquanto médico, e o residente, enquanto especialista, para o desempenho da sua profissão”, destaca.
O supervisor ressalta que o trabalho dos internos e residentes no hospital repercute em melhoria da qualidade dos serviços prestados à população tocantinense, pois o paciente é melhor visto e examinado, já que há internos e seus preceptores, residentes e seus supervisores, cuidando do paciente. “Os residentes e internos fazem ‘buscativas’, trazem esses pacientes, fazem avaliação clínica mais detalhada e otimizam o nosso tempo, e com isso ampliamos as ofertas de serviço e atendemos melhor a comunidade”, explica.
Residência Médica HGP
O coordenador da Comissão de Residência Médica, doutor Itágores Hoffman I, conta que o programa de residência médica no HGP surgiu tanto da necessidade dos médicos formados pelo curso de Medicina da Universidade Federal do Tocantins (UFT) se especializarem, quanto do Estado do Tocantins de oferecer o programa.
“A Universidade tinha a necessidade acadêmica e o Estado, através das suas unidades hospitalares, tinha a diversidade de casos e os preceptores. Com isso, nós fizemos esse projeto de parceria entre Universidade Federal do Tocantins e Secretaria da Saúde e assim criamos os primeiros programas de residência médica no Estado, que hoje, totalizam 42 vagas só na cidade de Palmas”, relata.
O coordenador considera que quem mais ganha com o programa de residência médica é a população tocantinense, pois além de proporcionar formação ao médico, fixa os médicos especializados no Estado e oferece à população os profissionais capacitados.
Cursos
O programa de residência médica oferece as especializações de clínica médica, medicina de família e comunidade, psiquiatria, cirurgia videolaparoscópica, cirurgia geral, pediatria, anestesiologia, cirurgia vascular, medicina intensiva pediátrica, reumatologia, ginecologia e obstetrícia, angiorradiologia e cirurgia endovascular. “A ideia é que aumente a cada ano o número de vagas e especializações, de acordo com as condições dos serviços e do interesse da gestão e dos profissionais envolvidos”, informa o coordenador.
Itágores Hoffman I conta que o processo de seleção para conquistar uma vaga na residência médica é feito com prova de conhecimento teórico e uma avaliação de habilidades e atitudes, que é feita através de prova prática. O residente ganha uma bolsa paga pelo Ministério da Educação no valor de R,9 mil, com carga horária definida por lei de 60 horas semanais, incluindo plantões.
O residente do segundo ano de clínica médica, Tarso Xavier Magalhães, estudou medicina na UFT e fala sobre as vantagens de cursar a residência médica na mesma cidade. “Eu acredito que o fato de ter a residência de clínica médica aqui em Palmas facilita muito, pois nós conhecemos a realidade local e, no meu caso, eu já conhecia o hospital e os supervisores, e isso facilita, inclusive, a nossa vivência e rotina do serviço, além da comodidade de não precisar sair do Estado. Está sendo uma boa experiência”, considera.