Nesta quarta-feira, 8 de abril, é comemorado o Dia Mundial de Luta Contra o Câncer. Só no Tocantins, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca) em 2014, o sexo masculino apresentou 1.250 casos novos da doença, destes 410 eram de próstata. No sexo feminino foram 910 casos novos, dos quais o câncer de colo de útero alcançou 180 casos novos, número igual ao do câncer de mama, que também obteve 180 registros.
Segundo tipo mais frequente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano, segundo o Inca. Se diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é bom, por isso o Governo do Estado alerta e sensibiliza as mulheres para a importância de realizar o exame para a detecção precoce do câncer de mama. O exame é a principal ferramenta para prevenção e diagnóstico precoce da doença, fundamental para reduzir mortes.
Foi por meio da mamografia que a cabedeleira, Eunice de Sousa Costa, de 57 anos, descobriu o câncer de mama. Ela percebeu um nódulo no seio ao fazer o auto-estame e resolveu procurar o médico especialista. “Descobri há onze meses e já estou fazendo a quimioterapia. Foi a mamografia que detectou a minha doença. Por isso, peço as mulheres que façam o exame, é melhor descobrir antes do que quando estiver avançado. Não é fácil aceitar a notícia, mas eu encontrei forças em Deus e na minha família”, contou.
Rastreamento
O Ministério da Saúde recomenda que mulheres de 50 a 69 anos de idade realizem a cada dois anos o rastreamento do câncer de mama. De acordo com Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSus), só no Tocantins, de janeiro a novembro de 2014 foram realizados 27.382 exames de mamografia de rastreamento em mulheres de todas as faixas etárias. Considerando apenas os exames na faixa etária de 50 a 69 anos foram realizados 15.736 exames neste mesmo período. Conforme dados do Inca são estimados 180 casos novos de câncer de mama no Estado.
Para o médico mastologista do Hospital Geral de Palmas (HGP), Nilo Coelho Junior, a partir do momento que a paciente consegue detectar lesões o índice de cura aumenta entre 90% e 92%. “A mamografia é o único exame para o rastreamento, mas no Brasil, como também em outros países, sempre são as mesmas pacientes que fazem o exame, ou seja, tem uma grande parcela da população que não faz a mamografia ou quando realiza é a cada cinco ou 10 anos”, destaca.
O médico ressalta ainda que o exame é simples e consegue detectar lesões de meio centímetro de nódulos e alterações nos tecidos mamários, o que pode ser o início de câncer. “A mulher pode sentir um desconforto próximo aos dias da menstruação, mas isso também depende do estado emocional da paciente. Não é um exame dos mais confortáveis, mas também não é algo doloroso”, esclarece.
Para garantir o acesso ao exame, o Governo do Estado disponibiliza seis serviços pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que estão situados nos municípios de Augustinópolis, Araguaína, Palmas, Paraíso, Gurupi e Dianópolis.
Caso de superação
Após fazer a mamografia, a dona de casa Nilcéia Matos, de 46 anos, moradora de Ponte Alta, também está tratando de um câncer. Ela descobriu um caroço no seio, procurou a unidade básica e foi encaminhada ao HGP, onde passou por procedimento cirúrgico. "Quando soube do diagnóstico o mundo acabou para mim, fiquei muito triste, mas encontrei o apoio da minha família, amigos e a equipe de profissionais do hospital', conta emocionada.
Nilcéia ainda lembra que seu tratamento incluiu quimioterapia e radioterapia, que atualmente continua com a manutenção e medicação oferecida pelo HGP, mas que se sente muito feliz. "Agora, estou no paraíso e passei a dar mais valor a minha vida. Destaco que mesmo com a falta de tempo as mulheres não deixem de realizar o exame, que não tenham medo, pois o diagnóstico precoce pode evitar maus momentos. A dica é ser forte levantar a cabeça e seguir em frente”, orienta.