Atividade em franca expansão no Estado, a piscicultura comercial, formal e informal, encontra-se difundida em pelo menos 70% dos 139 municípios tocantinenses. O Tocantins possui cerca de mil produtores de peixes, com maioria voltada para a agricultura familiar. Só neste ano, a produção prevê 25 mil toneladas, e pesquisas visam fortalecer ainda mais o setor.
As regiões sudeste e centro-sul do Estado são as principais produtoras de peixe. O grande destaque está na cidade de Almas, onde estão localizadas grandes empresas com frigoríficos e inúmeros produtores com projetos em barragens e viveiros escavados.
Para fortalecer o setor, o Governo do Estado tem dado todo o apoio técnico para que a atividade da piscicultura continue em crescimento. Conforme o engenheiro de pesca e gerente de Aquicultura e Pesca do Ruraltins, Andrey Costa, as demandas dos piscicultores são atendidas de acordo com o cronograma de solicitação.
A assistência técnica vai desde a escolha da área, implantação da tecnologia, escavação, até a parte de captação e devolução de água com qualidade. “Começamos a inserção desde a parte de captação de recursos, projetos para aquisição junto às instituições financeiras e, posteriormente, implantação do projeto”, afirmou.
A assistência técnica também se expande para a parte de nutrição. “Fazemos a orientação de rações que tenham balanceamento para cada espécie. Com isso, asseguramos que os produtores produzam peixes e consigam ter rendimento para o pagamento do financiamento”, contou.
A expectativa é que o consumo de peixe aumente. Para isso, o Ruraltins orienta os produtores para que programem suas produções a fim de que a oferta com qualidade aconteça durante todo o ano. “A nossa principal orientação é que um cronograma seja feito para que o mercado tenha sempre peixes com o mesmo valor e qualidade”, assegurou o engenheiro.
Entre os peixes mais procurados e com maior criação nas fazendas tocantinenses, estão os peixes redondos, tambaqui, caranha, piau, pirarucu, matrinxã; e os peixes híbridos: tambatinga, tambacu e cachandiá (jundiara ou pintado amazônico).
Pesquisa
No Tocantins, está em andamento uma pesquisa, realizada pela Embrapa Pesca e Aquicultura, para definir metodologia de cálculo da capacidade de suporte e levantar parâmetros para criação de tambaquis em tanques-rede de forma rentável e sustentável, conforme explica a pesquisadora Flávia Tavares de Matos. “Vamos delimitar as áreas aptas para aquicultura e determinar a quantidade máxima de peixe que pode ser produzida por áreas”, explicou.
Atualmente, a metodologia utilizada é a criada na década de 1970, que realizou um estudo tendo como base uma unidade de tilápia, e que é considerada desatualizada. “Agora, vamos ter informações do impacto do cultivo do tambaqui, uma espécie nativa, ao longo de um ciclo inteiro”, ressaltou, ao destacar que agora estão sendo analisados vários exemplares, o que torna o estudo mais completo.
De acordo com a pesquisadora, as informações servirão de base para o processo de licenciamento das atividades. Sendo que os dados facilitam o processo junto a órgãos como o Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), por definir as áreas aptas para produção. (Secom-TO)