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Foto: Divulgação

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O secretário Geral de Governo, Herbert Brito, comentou através de um artigo a situação difícil pela qual o estado passa economicamente. Buti fez um paradoxo com a crise na Grécia e afirmou ainda que a maioria das dívidas, desde 1º de janeiro de 2015, tem sido honrada com responsabilidade e equilíbrio. Ele comentou ainda que as demandas tem sido estudadas através de um diagnóstico. 

"É lógico que a atual gestão reconhece o valor do servidor público e a necessidade de garantir o cumprimento das conquistas legítimas alcançadas ao longo dos anos. Todavia, é preciso reconhecer também o direito dos fornecedores e dos contribuintes que exigem uma saúde de qualidade, uma educação proativa e uma segurança pública eficiente.  E é nesse sentido que os trabalhos caminham e certamente num reduzido espaço de tempo, considerando a responsabilidade e austeridade atual na condução da máquina pública, será possível alçar novos voos e recolocar o Tocantins nos trilhos do desenvolvimento econômico-social", afirmou o secretário.

Veja a íntegra do artigo:

É preciso aprender com a crise na Grécia 

Os noticiários econômicos recentes têm dado grande notoriedade à crise na Grécia, tendo em vista as divergências daquele país com os credores de sua dívida, quais sejam: União Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu. O que se deve perscrutar é: qual a gênesis dessa crise? Simples, a Grécia, nos últimos anos, gastou bem mais do que podia e aderiu a empréstimos exorbitantes para o financiamento de despesas.

Sem condições salutares de adimplir as obrigações, a tendência é a de que a dívida cresça. Foi o que aconteceu. Com a ascensão dos gastos públicos e a arrecadação não acompanhando a demanda, instala-se a presente crise. Da mesma forma que a Grécia não é uma ilha isolada da União Europeia, o Tocantins não é uma ilha isolada do Brasil (nem do mundo). O ajuste fiscal tão debatido no ano de 2015 pela equipe econômica do Governo Federal dá indícios claros de que a reorganização  financeiro-orçamentária  é primordial para a manutenção em índices aceitáveis de desenvolvimento econômico-social, sob pena de se perder a credibilidade internacional.  E isso num mundo É bom recordar que, em 2002, Portugal, após a introdução do euro, tinha uma produtividade incipiente. A indústria daquele país era considerada atrasada. Não obstante isso, os gastos públicos aumentaram significativamente.

Alguns críticos apontam que o país distribuiu benefícios sociais de maneira imprudente. A dívida pública ascendeu e Portugal passou a ser visto com desconfiança pelos credores internacionais. Em 2014, com a ajuda da UE e inúmeras medidas pontuais, o país voltou a crescer (mesmo que timidamente).

Após os resultados das Eleições de 2014, quando à frente me encontrava da Coordenação de Transição do Governador Marcelo Miranda, alertei que o ano de 2015 seria extremamente difícil e que seria primordial promover adequações administrativo-financeiro-orçamentárias para, em curto espaço de tempo, suplantar as adversidades, reequilibrar as contas e garantir melhor eficiência na prestação do serviço público.

Além de diárias atrasadas, progressões atrasadas, plantões atrasados, fornecedores sem receber, locações atrasadas, o Governo Marcelo Miranda foi surpreendido com o não pagamento do funcionalismo da folha de dezembro/2014.  É bom que se diga que a maioria das dívidas, desde 1º de janeiro de 2015, tem sido honrada com responsabilidade e equilíbrio.

Nas inúmeras discussões que envolvem as áreas financeira e orçamentária do Estado, tem-se buscado diuturnamente levantar um diagnóstico preciso das demandas, relacioná-las à capacidade de crescimento da arrecadação, abrir o mercado internacional e reconquistar a confiança de credores. 

A receita é clara: se o governo gastar mais do que arrecada, fecha no “vermelho”, criando um rombo nas contas públicas.

 Sem dinheiro, fica sem pagar dívidas e fornecedores, caindo no descrédito.  Nesse cenário, a indústria e o comércio desaquecem. Com a economia fragilizada, inúmeros setores são prejudicados diretamente.

O Governador Marcelo Miranda sempre demonstrou sensatez e discernimento nas discussões. Sabe perfeitamente o momento melindroso pelo qual atravessa a economia mundial. O Governo da Grécia agiu em descompasso com as regras econômicas e enfrentará sérios problemas,  principalmente na manutenção dos serviços essenciais.

É lógico que a atual gestão reconhece o valor do servidor público e a necessidade de garantir o cumprimento das conquistas legítimas alcançadas ao longo dos anos. Todavia, é preciso reconhecer também o direito dos fornecedores e dos contribuintes que exigem uma saúde de qualidade, uma educação proativa e uma segurança pública eficiente.  E é nesse sentido que os trabalhos caminham e certamente num reduzido espaço de tempo, considerando a responsabilidade e austeridade atual na condução da máquina pública, será possível alçar novos voos e recolocar o Tocantins nos trilhos do desenvolvimento econômico-social.