O presidente do Sindicato dos Profissionais Agentes Comunitários de Saúde e dos Agentes de Combate as Endemias no Estado do Tocantins (Sindacen), Joueurdes José Vieira e o vice-presidente, João Edmilson Lima Coelho, visitaram a redação do Conexão Tocantins na tarde dessa segunda-feira, 31 de agosto e informaram o descontentamento da categoria à maneira como são tratados pela gestão da Prefeitura de Palmas. O Sindacen elencou ainda as reivindicações da classe.
O Sindicato solicitou através de ofício encaminhado dia 21 ao secretário municipal de Saúde, Luis Carlos Teixeira, e ao prefeito de Palmas, Carlos Amastha, uma audiência para tratar dos assuntos inerentes as atividades dos Agentes de Saúde e Combate as Endemias no município. Porém, segundo informou Joueurdes, até o momento, a solicitação não foi respondida.
Segundo informou o presidente, os agentes de saúde recebem o piso salarial no valor de R$ 1.014, no entanto, segundo explicação de Joueurdes, a gestão da Prefeitura de Palmas excluiu gratificações que eram pagas aos profissionais como condição para o pagamento do piso. Os servidores reivindicam auxílios, principalmente para os agentes de saúde que trabalham em áreas rurais.
A categoria é contra a implantação de um sistema por ponto eletrônico que, segundo Joueurdes, irá deixar os agentes na zona rural sufocados, pois terão que deslocar-se para uma unidade sede por cerca de quatro vezes ao dia e gastando combustível próprio; os agentes reclamam ainda da superlotação. "A realidade de Palmas é outra de dez anos atrás. Eles estão querendo prestar o mesmo atendimento com a mesma quantidade de pessoas de dez anos atrás. Já somos 270 mil pessoas, não tem condições de serem os mesmos agentes, fazer um concurso e chamar uma, duas pessoas. Para não chamar, superlota os agentes", afirmou Jouerdes.
Ainda segundo informações do presidente Joueurdes José Vieira ao Conexão Tocantins, os cerca de 800 agentes de saúde em Palmas reclamam da falta de equipamentos necessários para o atendimento ao público. Segundo ele, além de terem que comprar o protetor solar, mochila, cadernos, lápis, borrachas e canetas, os agentes de saúde atendem pessoas com doenças do tipo: tuberculose, diabéticos, hipertensos, sem estarem com a vestimenta correta ou necessária.
O vice-presidente João Edmilson disse que a gestão de Palmas compra protetor solar de R$ 5 para dar aos agentes de saúde e acrescentou: "O senhor prefeito e alguns vereadores criaram cabide de emprego, nomearam duzentos e poucos agentes de endemias aí como ALP (Agente de Limpeza Pública) para não pagar o salário dos colegas de R$ 1.014, eles estão pagando salário de R$ 700 e pouco. Tem os colegas concursados no cadastro de reserva para serem chamados desde o ano passado e não chamaram ninguém, contrataram duzentos e poucos agentes com vínculos políticos. Diz que o município está sem condições para pagar o servidor para trabalhar com essa crise financeira mas se está em crise, o porquê dele estar nomeando pessoas para trabalhar?! Não tem dinheiro para pagar o concursado mas tem dinheiro para pagar contrato?!", criticou.
O presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil no Tocantins (CTB), Antonildo Alexandre, acompanhou o presidente e vice do Sindacen em visita ao Conexão Tocantins e disse que "se a situação aqui está desse jeito, imagina lá no Bico", ironizou.
Quem tomava frente as reivindicações dos agentes era o Sindicato dos Servidores Públicos de Palmas (Sisemp). Segundo explicou Joueurdes, o Sindacen foi criado no mês de maio visando dar celeridade as reivindicações da categoria.