As doações de obras literárias no estande do projeto Biblioteca em Movimento, da Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE/TO), estão a todo vapor. Desde o primeiro dia de atividade, domingo, 20, até esta sexta-feira, 25, mais de 1.200 obras já foram arrecadadas. As doações ainda podem ser feitas até o final do evento, domingo, 27, no estande da Defensoria Pública, localizado ao lado da rampa que dá acesso ao Espaço Jovem.
Pela primeira vez na história, o evento provoca em seus visitantes a doação de obras literárias e as prateleiras estão sendo preenchidas com a colaboração de pessoas de diversas idades, escritores, e também de editoras participantes do evento. Defensores Públicos também aderiram à causa, e estão doando obras de seu acervo pessoal.
Na tarde de quinta-feira, 24, o estande do Projeto recebeu uma visita mais que especial. Acompanhado do defensor público Neuton Jardim, cerca de 30 estudantes do projeto “Defensores da Bola”, da Adpeto – Associação de Defensores Públicos do Estado do Tocantins, visitaram o estande do Biblioteca em Movimento para também se unir à causa, doando mais de 60 obras literárias. “Este projeto da DPE-TO tem nossa total simpatia. Envolver os alunos do Projeto ‘Defensores da Bola’ com os projetos lúdicos e culturais da instituição é agregar ainda mais valor para ambas as propostas”, comentou Neuton Jardim.
As doações arrecadadas serão disponibilizadas para todos os Assistidos dos Núcleos Regionais da DPE-TO, nas cidades de Araguatins, Tocantinópolis, Araguaína, Guaraí, Paraíso, Palmas, Porto Nacional. O defensor público geral, Marlon Costa Luz Amorim, foi um dos primeiros a visitar o estande e também deixar a sua contribuição literária. “As únicas unidades da Defensoria Pública que ainda não receberam o Projeto são as de Gurupi e Dianópolis. Com as doações arrecadadas podemos agora garantir a implantação da Biblioteca em Movimento em todas as unidades da DPE-TO e planejar a extensão do Projeto para todas as 42 comarcas onde a Defensoria está presente no Tocantins”, celebra o Defensor Público.
Doações
No acervo, obras dos diversos gêneros e para todas as faixas etárias. Até a literatura regional está presente no novo acervo do projeto Biblioteca em Movimento, por meio de uma parceria com as Academias Tocantinense e Palmense de Letras. “É uma honra contribuir com o incentivo à leitura e ficamos ainda mais agraciados em saber que a literatura tocantinense também estará presente nas prateleiras da Defensoria Pública de Norte a Sul deste Tocantins”, conta o escritor e membro da ATL – Academia Tocantinense de Letras, Odir Rocha.
O artista plástico, músico e psicólogo René Brunes visitou o Salão do Livro e se encantou com a iniciativa da Defensoria Pública. Tanto que doou mais de 600 obras que ele arrecadou por meio de outra ação social. “Semanalmente, eu atendo pessoas em tratamento de depressão que não podem pagar por uma consulta particular. O meu pagamento são livros ou roupas usadas que eu encaminho para famílias carentes ou instituições beneficentes. Quando conheci o Biblioteca em Movimento entendi que seria um valioso destino para o acervo que eu já havia arrecadado”, explica.
Movimentar e desapegar
No Biblioteca em Movimento, que tem como mote “Conhecimento que fica, livro que segue”, os Assistidos têm a seu dispor obras dos mais diferentes gêneros e podem pegar o livro e, após lê-lo, deixar em qualquer local público ou passar a obra para outra pessoa, com o intuito de fazer “circular” o conhecimento, conforme explica o coordenador do projeto e Servidor da DPE-TO, Rodrigo Araújo. “A leitura possui um poder conscientizador, uma vez que ela deve ser entendida não como mera atitude passiva, mas como uma construção ativa, tornando-se um instrumento de transformação social. Por isso, a ideia é desenvolver uma cultura de compartilhamento entre os Assistidos e a comunidade, fazendo circular diversas obras literárias. Com as doações, queremos estimular o desapego das pessoas aos livros guardados em casa, sugerindo a doação”, complementa.
Projeto
O Projeto é mantido por meio de doações de pessoas, empresas e instituições e todo o acervo fica à disposição dos Assistidos da Defensoria Pública, dispostos em prateleiras nos corredores da Instituição. Assim os livros podem ser manuseados, lidos e levados, ficando facultada a devolução em qualquer uma das unidades da Defensoria, ou ainda deixá-los em qualquer espaço público (pontos de ônibus, praças, rodoviárias e outros), para que outra pessoa possa lê-lo. A “Biblioteca em Movimento” encurta a distância entre o leitor e o livro. Assim, todas as obras podem ser manuseadas, lidas ou levadas, a critério do leitor. “É fundamental derrubar tabus e mitos de que o livro é algo para ser guardado, imaculado. Por isso, a devolução é optativa e pode ser feita em qualquer lugar”, ressalta o coordenador do Projeto, Rodrigo Araújo.
Histórico
O projeto existe desde novembro de 2013, e já passaram mais de 10 mil obras literárias nas prateleiras disponíveis nos corredores de atendimentos na Instituição. Porém, a doação de novas obras deve ser constante, visto que a procura é grande e as prateleiras precisam sempre de reposição. O acervo do projeto é bem diversificado, com obras de diversas áreas do conhecimento, que atendem a todos os gostos.
O acervo original foi montando a partir da doação de Membros, Servidores e parceiros e, após a coleta, os livros foram catalogados e identificados como parte do projeto. O projeto surgiu da doação de cerca de 300 livros feita pelo professor de Matemática aposentado Mario Dadamos, que decidiu compartilhar as obras literárias que compunham o seu acervo particular.