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Cultura

Foto: Divulgação

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Desde o dia 7 de setembro, a Caravana Mamulengos do Cerrado 2015 está em circulação pelos interiores do Cerrado. A trupe já passou pelo sertão mineiro e pelo estado de Goiás. Para fechar essa temporada, a Caravana estará em Tocantins entre os dias 26 e 29, para realizar espetáculos do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste, o mamulengo, em quatro cidades: Gurupi, Brejinho de Nazaré, Porto Nacional e Palmas. As apresentações são realizadas nos principais espaços públicos das comunidades visitadas, como feiras e praças, sempre a partir das 18h e com entrada franca e livre.

A Caravana Mamulengos do Cerrado tem como objetivo sensibilizar para a preservação da fauna e flora do Cerrado, a partir do encantamento. Outro foco é trocar saberes com as comunidades visitadas, conhecendo suas manifestações e ofícios tradicionais, bem como os mestres e mestras. Participam do projeto os grupos brasilienses Mamulengo Sem Fronteiras e Mamulengo Fuzuê, ambos nascidos na cidade de Taguatinga (DF). Mesmo tendo origem no Nordeste do Brasil, a tradição é forte no Distrito Federal, que é considerado a região com o maior número de grupos de Mamulengo fora do Nordeste.

Mamulengo

O Teatro de Bonecos Popular do Nordeste é memória e história, transmitido de geração a geração por artistas caminhantes. É uma das poucas formas de teatro popular que consegue sobreviver no interior e nos centros populares e urbanos do Brasil, principalmente do Nordeste, sendo chamado de vários jeitos: Mamulengo (DF e PE), Cassimiro Coco (PI, CE e MA), João-Redondo (RN), Babau (PB) e Mané-Gostoso (BA).

Em constante transformação, o Mamulengo carrega ao mesmo tempo uma estética tradicional e elementos históricos de um teatro universal, com fortes influências das culturas indígenas e africanas e resquícios da Commedia Dell’Arte. A relevância do Mamulengo na construção social e cultural do Brasil foi legitimada em março de 2015, quando o folguedo foi reconhecido como patrimônio cultural imaterial brasileiro, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Grupos

Mamulengo sem Fronteiras

A família Sem Fronteiras se uniu para brincar mamulengo em 1996. Coordenado por Walter Cedro, o grupo recebeu a herança do teatro popular de bonecos das mãos de Chico Simões (Mamulengo Presepada), em Taguatinga (DF). São mais de 18 anos de pesquisa sobre a tradição das brincadeiras populares em interação com novas formas de fazer mamulengo. Hoje, o grupo compartilha experiências e estudos em apresentações, oficinas e festivais pelo Brasil e também no exterior, em países da Europa e América do Sul.

Mamulengo Fuzuê

É palhaço na rua, é teatro popular que busca celebrar a arte e despertar a transformação social a partir da pesquisa, da experimentação e da convivência com mestres e mestras. O parto o grupo aconteceu em 2007, a partir das vivências do brincante Thiago Francisco no Ponto de Cultura Invenção Brasileira, em Taguatinga (DF). Desde lá, o cortejo segue Brasil adentro mundo à fora, com as bases firmadas na memória e identidade, na convivência comunitária e na celebração da vida e da tradição oral mamulengueira.