Também conhecida como terapia colostral, a colostroterapia é a utilização do colostro (fluído produzido pela mama, antes do leite materno propriamente dito) como suplemento imunológico, diferente do nutricional, principalmente para os bebês de muito baixo peso ou prematuros. De acordo com a coordenadora do Banco de Leite Humano do Hospital e Maternidade Dona Regina (HMDR), Walquíria Pinheiro, o colostro representa o verdadeiro suplemento imunológico e é um alimento carregado de elementos de defesa.
“O leite materno tem papel nutricional importante para o bebê. O colostro humano, no entanto, é diferente do leite maduro, pois possui componentes para que o bebê seja colonizado por bactérias boas. A administração precoce do colostro baixa a incidência de infecções”, explicou.
O Banco de Leite do Dona Regina faz uso da colostroterapia há 3 anos e, segundo a coordenadora do banco de leite, de janeiro a outubro deste ano, foram realizadas 88 colostroterapias na unidade. Ainda segundo ela o alimento é rico em proteínas naturais. “O objetivo da colostroterapia é introduzir bactérias benignas no organismo, fortalecendo o sistema imunológico e protegendo contra viroses e outras infecções. A quantidade de anticorpos e células maduras é muito maior do que no leite maduro, o que ajuda na imunização do bebê contra muitos vírus e bactérias que estão no ambiente”, destaca.
A colostroterapia é usada quando o bebê permanece em jejum, sobretudo nas primeiras 24 horas de vida. A equipe do Banco de Leite Humano do Dona Regina desenvolveu protocolo sustentado por duas ações: a lavagem gástrica feita com colostro e a administração orofaríngea (orofaringe é a parte da garganta logo atrás da boca) de gotas colostrais.
Nas primeiras seis horas de vida após o parto o alimento é administrado em gotas. São de 2 a 6 gotinhas a cada seis horas, observando sempre o estado de saúde do bebê. Uma gota de colostro oferece mais de 20.000 fagócitos, que são células protetoras do leite humano.
“Consideramos um procedimento eficaz e importante que reduzir a mortalidade neonatal. O objetivo é recuperar a saúde do bebê e fazer com que ele saia da Unidade de Terapia Intensiva o mais rápido possível”, informou a coordenadora do Banco de Leite.
Importância da amamentação
A amamentação, importante para a saúde dos recém-nascidos, é ainda mais relevante no caso de bebês que nasceram antecipadamente, pois pulmões e o sistema imunológico da criança só amadurecem ao final da gestação, fazendo com que o bebê necessite de cuidados especiais.
Com o leite materno, o bebê terá menos chances de desenvolver inúmeras doenças, como asma, alergias alimentares, rinite, bronquite, entre tantas outras.
Além de beneficiar o bebê, a amamentação também beneficia a mãe, pois, através desse ato, além de se criar um vínculo afetivo entre mãe e bebê, a mãe se sente mais segura, menos ansiosa, seu útero volta ao tamanho normal mais rapidamente, além de apresentar menos chances de desenvolver anemia, hemorragias, câncer de mama e ovário no pós-parto.