A Secretaria Estadual da Saúde (Sesau) informou que 101 bebês nasceram no Estado, desde o ano passado, com suspeita de microcefalia (malformação do cérebro). Desses, 84 continuam em investigação e 17 foram descartados por não obedecerem ao critério de definição de caso suspeito. Nenhum deles foi confirmado.
De acordo com a enfermeira da Sesau, Erlaene Tedesco, todos os casos notificados passam por triagem de especialistas da área que avaliam o perímetro encefálico, peso e idade gestacional durante o pré-natal e entrevistas com as gestantes. “Têm casos de perímetros de encefálicos de até 33 centímetros que era do primeiro protocolo de definição de casos do Ministério da Saúde. Os dados são computados em um gráfico para saber se o perímetro encefálico está de acordo com o peso e tamanho com os bebês”, explicou.
Segundo ela, após a avaliação, é feita a coleta de exames, como o de imagens, que serão encaminhados para o Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará. “Como a demanda estava muito grande, o resultado de nenhum exame chegou, lembrando que o primeiro caso foi no dia 26 de novembro e é preciso esperar de 90 a 120 dias pelo resultado”, disse.
Os casos no Estado foram registrados em 39 municípios. Na Capital foram 18 notificações e seis delas foram descartadas, restando 12 em investigação.
Brasil
O Ministério da Saúde confirmou 404 casos de microcefalia e/ou outras alterações do sistema nervoso central, dos quais 17 estão relacionados ao vírus zika. As informações estão em boletim divulgado pela pasta na última terça-feira, que descartou 709 casos.
Ainda estão sendo investigados pelo ministério e pelas secretarias estaduais de Saúde 3.670 casos suspeitos de microcefalia em todo o País, o que representa 76,7% das notificações. O boletim refere-se aos casos registrados até 30 de janeiro.
A pasta divulga separadamente a investigação das notificações de óbito. No total, foram notificadas 76 mortes após o parto ou durante a gestação. Dessas, 15 foram investigadas e confirmadas para microcefalia e/ou alteração do sistema nervoso central e cinco tiveram identificação do vírus zika no tecido fetal. Há 56 casos ainda em investigação e cinco foram descartados.
Segundo o Ministério da Saúde, a microcefalia pode ter como causa diversos agentes infecciosos além do zika, como a sífilis, a toxoplasmose, outros agentes infecciosos, a rubéola, o citomegalovírus e o herpes viral.
De acordo o boletim, os 404 casos confirmados desde o início das investigações, no dia 22 de outubro do ano passado, foram registrados em 156 municípios de nove estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. A Região Nordeste concentra 98% dos municípios com casos confirmados.
Os novos números demonstram aumento dos casos classificados como confirmados e descartados na última semana, se comparados aos das semanas anteriores. O crescimento dos casos investigados e classificados foi de 52%, com relação ao boletim do dia 23 de janeiro. De 732 na semana anterior, os casos passaram para 1.113.
Nas próximas semanas, o ministério anunciará a notificação compulsória dos casos identificados como infecção pelo vírus zika no Brasil. Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) não contabiliza o número de infecções pelo zika. O acompanhamento é feito pelo sistema de vigilância Sentinela para monitorar a circulação do vírus e prestar apoio às medidas de prevenção à doença.