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Campo

Foto: Maradona

O Núcleo de Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (NAPL) realizou sua 22ª reunião para discutir assuntos relacionados ao núcleo, bem como o termo de cooperação técnica que será firmado com a Universidade Federal do Tocantins (UFT) para o mapeamento dos Arranjos Produtivos Locais (APLs) que existem no Estado e para a implementação do Selo de Identificação Geográfica do Artesanato do Capim Dourado. A reunião foi realizada na tarde dessa terça-feira, 8, na sala de reuniões da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura (Seden).

Arranjo Produtivo Local, ou APL, é o termo usado para definir uma aglomeração de empresas com a mesma especialização produtiva, que mantém vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e conta também com apoio de instituições locais como governo, associações empresariais, instituições de crédito, ensino e pesquisa.

O encontro foi comandado pelo gerente de Arranjos Produtivos Locais da Seden, Marcondes Martins, que iniciou a reunião apresentando os principais pontos discutidos durante a 7ª Conferência Brasileira de Arranjos Produtivos Locais, realizada pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e parceiros, em dezembro de 2015. O evento contou com a participação de 24 estados, entre eles o Tocantins, e teve como objetivo aprimorar as políticas públicas e estimular o desenvolvimento local, promovendo a troca de informações e de experiências sobre APLs.

De acordo com o gerente, a lógica da política de arranjos produtivos não é trabalhar com empresas de forma individual, mas com grupos de empresas em rede que promovam a integração econômica. “O Tocantins ainda está engatinhando quanto aos arranjos produtivos, mas o Estado tem um potencial enorme para integrar as rotas da piscicultura e da apicultura, trocando experiências e sendo um futuro fornecedor de produtos para outros estados”, explica.

Agroindústria de cana

Para que isso aconteça, será firmada uma parceria, através de um termo de cooperação técnica entre Seden e a UFT para o mapeamento e a identificação dos APLs que existem no Estado, que culminarão em ações de fortalecimento dos aglomerados produtivos. Uma das ações da Seden é o projeto para a instalação da agroindústria de cana em São Félix, por meio da revitalização da produção de rapadura e cachaça no Povoado do Prata, comunidade quilombola localizada no Jalapão, que realiza a tradicional Festa da Rapadura, como explica o gerente da Seden: “O objetivo da Secretaria é viabilizar a instalação dessa indústria e a produção dos derivados da cana-de-açúcar. Também faremos uma ação integrada com o Turismo, através da produção associada ao turismo de base comunitária”.

Selo de Identificação Geográfica

Outro ponto abordado na reunião foi a implantação e o relançamento do Selo de identificação Geográfica do Artesanato do Capim Dourado, ação também realizada em parceria com a UFT. Ao todo, 8 municípios se interessaram em implantar o selo: Lagoa do Tocantins, Ponte Alta, Mateiros, Lizarda, Rio Sono, Santa Tereza do Tocantins, São Félix e Novo Acordo.

O projeto de implantação do Selo busca assessorar os artesãos do capim dourado a mensurar os impactos econômicos em sua cadeia produtiva, contribuindo para ampliar a capacidade de organização do setor e da comercialização dos produtos. Segundo a pesquisadora do núcleo de pesquisa em desenvolvimento regional da UFT e membro do NAPL, Luécia Pereira, a perspectiva é implantar o selo até setembro deste ano. “Já estamos na terceira fase de implantação do selo que é o momento de explicar aos artesãos sobre os documentos necessários para o processo de registro e levantar esses documentos”, ressalta a pesquisadora.

Ao Estado cabe o apoio financeiro para montar os processos de registro do selo e também a função de unidade certificadora para a validação do selo geográfico, que é de propriedade coletiva, por meio da Associação dos Artesãos em Capim Dourado da Região do Jalapão Estado do Tocantins (Areja). No Brasil existem 38 registros das Indicações Geográficas, sendo a do Artesanato do Capim Dourado na região do Jalapão, a única indicação da Região Norte. A certificação garante aos produtos e serviços uma identidade que os diferencia no mercado consumidor, em função de características geográficas, históricas e socioculturais, os projetando para além de sua área.

Também participaram da reunião os técnicos da Seden, Alan Rickson, Claudete Wachter, Núbia Maria Cursino e Graziela Macedo Cortez, o representante da Unitins, Tadeu Teixeira, o técnico da Seplan, Raimundo Nonato, a técnica da Ruraltins, Ana Clara Bohmen, e o representante do Fecomércio, Osmar Defante.