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Estado

Foto: José Neto

Foto: José Neto

Homenageada na sexta-feira, 11 de março, durante as atividades do Mês das Mulheres da OAB pela sua luta contra a Ditadura Militar que governou o Brasil de 1964 a 1985, a advogada, jornalista e professora Mery Ab-Jaudi Ferreira Lopes, 68 anos, relembrou sofrimento com a tortura da qual foi vítima, a perseguição que o regime lhe impôs e o assassinato de um correligionário amigo por parte dos militares.

Ao agradecer a homenagem da OAB local, Mery detalhou como foi a sua militância no Partido Comunista Brasileiro, destacando os meses os quais ficou presa no 10º Batalhão do Exército, em Goiânia. “Ficava presa com um capuz e passava por vários interrogatórios sem saber sequer quem estava me perguntando. Foram cinco meses seguidos com essa tortura”, relatou, ao lembrar que nesse período conseguiu ouvir o assassinato do seu colega e militante Israel, dentro da unidade do Exército em Goiânia.

Mery, que é esposa do ex-presidente da OAB-TO, Epitácio Brandão Lopes, destacou que na época fez tudo por ideal, pois acreditava no que estava lutando. Para ela, muitas vezes faltam ideias para a juventude de hoje.

Ela destacou, também, que as pessoas que flertam ou mesmo defendem o regime militar ou uma volta desse modelo de gestão, não tem conhecimento pleno da história. “Quem pede isso é por que não conhece, não sabe o que acontecia na época. Nada é pio do que ter o direito ir e vir podado, do que mão ter direito a se manifestar”, salientou.

Depois de se tornar a advogada, Mery defendeu presos políticos. Hoje, mesmo após o sofrimento da época, garante que faria tudo de novo.