Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Polí­tica

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

A presidente do PSDB Mulher do Tocantins, Cinthia Ribeiro, emitiu Carta Aberta às Mulheres e Autoridades do Tocantins onde cobra providências para apuração de crimes de violência contra mulheres no Tocantins.

Segundo Cinthia Ribeiro, o recente caso ocorrido em Palmas/TO, nesta última quarta-feira, 1º de junho, onde uma servidora pública que deixava o trabalho foi raptada e conduzida para um bairro da área sul da capital onde estuprada, mostra que o problema está perto de todas as mulheres.

O caso motivou inclusive nota de repúdio conjunta assinada por sindicatos, associações e federação de servidores públicos

Ainda segundo Cinthia Ribeiro, a violência sofrida pela servidora não pode ficar impune. “É preciso uma mobilização geral, não só nas redes sociais”, diz.

Confira abaixo a carta aberta na íntegra.

Carta Aberta às Mulheres e Autoridades do Tocantins 

Dias depois do caso repugnante ocorrido no Rio de Janeiro, que revoltou todo o Brasil, de um estupro coletivo de uma menor de idade, a nossa capital tocantinense foi palco de um fato não menos deplorável. Uma servidora pública, ao deixar o seu trabalho, em plena luz do dia, no centro da cidade, mais precisamente na Praça dos Girassóis, sede do governo do Estado, foi abordada por um criminoso, roubada, sequestrada e violentada.

Esse caso ocorrido em Palmas mostra que o problema não está tão longe assim de nossa comunidade, na já não mais tranquila e segura Palmas, capital mais jovem do Brasil. Mostra que o perigo está próximo de todas nós, convive conosco...

Entretanto, nós, mulheres principalmente (mas é o papel de toda a sociedade) não podemos ficar caladas e inertes diante de crimes bárbaros como esse. E muitos outros que ocorrem a cada dia e que, para tristeza e lamentação de todo o ser humano de bem, seguem impunes.

Esse horror ocorrido nessa quarta-feira, em Palmas, não pode ficar impune. É preciso uma mobilização geral, não só nas redes sociais, mas amparadas por esse mecanismo de comunicação para cobrarmos providências dos responsáveis por reprimir, coibir, e depois proteger e reprimir violências desse tipo.

Ao lado de mulheres guerreiras e que de há muito tempo lutam pelos direitos e benefícios das tocantinenses, eu que honrosamente estou presidente do PSDB Mulher no Tocantins não fico apenas em discursos vazios. Nós, do PSDB Mulher, cobramos providências, por exemplo, do Ministério Público para apuração de crimes dessa natureza ocorridos no Tocantins.

Cobramos investigação mais aprofundada e providências para, por exemplo, saber o paradeiro da menina Laura Vitória... E também para a prisão do suspeito acusado de violentar e matar a dona-de-casa Irene Barroso Costa, no Aureny III, crimes até hoje impunes.

Porém, ainda é necessário algo mais.

A cobrança foi feita com veemência ao governo do Estado para que, primeiramente, aparelhe seus órgãos de segurança que possam dar a resposta que a sociedade necessita. A Polícia Militar precisa atuar, de fato, na repressão ao crime. Mas, para isso, a gestão do Poder Executivo Estadual deve dar as mínimas condições aos valorosos servidores. Sem viaturas suficientes, sem combustível e sem valorização dos policiais e das policiais femininos não há como desempenhar esse trabalho.

E a Polícia Civil, da mesma forma, deve executar o papel, na plenitude, como Polícia Judiciária para investigar e propiciar à Justiça condições de aplicar as penas necessárias para que casos escabrosos como esses não caiam no esquecimento, mas, que, por outro lado, sirvam de lição. Porém, da mesma forma que a Polícia Militar, a Polícia Civil carece de uma valorização melhor por parte do Palácio Araguaia.

E as autoridades? Pena que casos como esse apenas sejam suficientes para que autoridades, de forma demagógica, oportunista e com fins eleitorais, cobrem em redes sociais algo que é de sua co-responsabilidade.

Isso me deixa indignada. A maior autoridade feminina no Estado, ao contrário de contribuir para a melhoria dos mecanismos de defesa da mulher, assiste, de forma conivente, o caos instalado no Tocantins. Como autoridade e mulher, principalmente, esperamos mais. Muito mais... Mas, não mais bravatas e, sim, fatos concretos, trabalho e providências. É verdade que quem “ama, abraça”, mas a verdade maior é: quem tem responsabilidade, deve cumpri-la e não ficar apenas com manifestações pífias por meio de redes sociais.

Outra coisa: E onde está a primeira-dama que, com apoio maciço das mulheres tocantinenses, se tornou uma representante do Estado no Congresso Nacional? Se calar, se omitir não é o papel da representatividade que nossas mulheres esperam. Ela não pode ser também conivente por questões políticas.

Fatos como esse devem gerar a mínima indignação dessas autoridades co-responsáveis e das demais, mas também devem vir acompanhadas de medidas concretas, fatos reais e não iniciativas apenas midiáticas. Até o momento, por exemplo, o caso da servidora violentada nessa quarta-feira, em Palmas, não houve nenhum posicionamento firme e prático por parte do governo do Estado, responsável, conforme a Constituição, pela segurança pública. E também, como medida prática, não se mobilizou para, por exemplo, a criação de força-tarefa para apuração mais ágil e eficaz do crime. Infelizmente, até o momento, nada disso foi feito nesse caso. Estão esperando o que? Outra vítima?

Cinthia Ribeiro
Presidente do PSDB Mulher do Tocantins