Referindo-se ao empoderamento da mulher no Tocantins, a princesa da Bélgica, Maria Esmeralda Adelaida Liliana Ana Leopoldina, em audiência com o governador Marcelo Miranda na tarde desta terça-feira, 5, destacou que o Estado conta com resultados melhores do que os de muitos países da Europa. Durante a audiência, foram discutidas também questões ligadas aos povos indígenas do Tocantins, em especial à educação bilíngue.
Para o governador, a visita da princesa que, na ocasião, esteve acompanhada pelo embaixador do Reino da Bélgica no Brasil, Josef Smets, é uma importante ferramenta de intercâmbio. “Trocamos conhecimentos importantes, principalmente na área dos povos indígenas, mas também no intercâmbio Bélgica e Brasil, para que possamos atrair novos investidores. Discutimos também questões na área da Cidadania e Justiça”, ressaltou Marcelo Miranda.
Segundo o embaixador Josef Smets, a visita ao Tocantins rememora a viagem do rei Leopold III ao Brasil na década de 1960, para conhecer os povos indígenas. “Essa visita comemora a atuação do rei Leopoldo, mas a princesa também se dedica à defesa da presença da mulher na sociedade e à defesa do meio ambiente. Saímos daqui com a certeza de que, aqui, essas também são prioridades”, pontuou.
As visitas do rei Leopold III, pai da princesa Maria Esmeralda, que esteve no Brasil em 1962, em 1964 e em 1967, resultaram em um importante arquivo de fotografias com registros de diversas etnias indígenas, imagens de cidades brasileiras e paisagens amazônicas, que serão exibidas no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília (DF), de 6 de julho a 14 de agosto.
Educação
Na ocasião, a secretária de Estado da Educação, Juventude e Esportes, Wanessa Zavarese Sechim, destacou que o Estado já tem uma forte atuação com as políticas educacionais para os povos indígenas. “O nosso Plano Estadual de Educação do Tocantins [PEE/TO] prevê a oferta de educação escolar indígena diferenciada, bilíngue, intercultural e comunitária, em todas as etapas e modalidades da educação básica, em conformidade com as características e especificidades de cada povo indígena. Trabalhamos basicamente com professores indígenas”, disse.
A secretária de Estado da Cidadania e Justiça, Gleide Braga, reforçou que o Estado tem trabalhado diretamente com as questões ligadas ao empoderamento e ao fortalecimento da cidadania feminina.
Visita
Após a audiência no Palácio Araguaia, a princesa seguiu para conhecer o povo Xerente, mais especificamente os moradores da aldeia Porteira, em Tocantínia. Ela pretende manter um contato direto com a população, conhecer as riquezas da cultura no Tocantins e identificar as suas principais demandas. Esse povo se define comoAkwe, que quer dizer gente importante. De acordo com um censo feito pela Fundação Nacional da Saúde (Funasa), no ano de 2010, eles somam cerca de 3.017 indígenas no Estado.
Presenças
Também participaram da audiência, o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura, Alexandro de Castro Silva; a gerente de Proteção de Povos Indígenas da Seciju, Eliete Xerente; e o chefe do Escritório de Representação em Brasília, Renato Assunção.