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Estado

Foto: Divulgação

Os problemas da saúde no Tocantins serão debatidos em Audiência Pública conjunta, no mês de outubro. A pauta e os detalhes do evento foram discutidos em uma reunião realizada nessa terça-feira, 13, entre Ministério Público Estadual (MPE), representantes do Ministério Público Federal (MPF), Defensoria Pública Estadual (DPE), Ordem dos Advogados do Brasil seccional Tocantins (OAB/TO), além de representantes dos Conselhos de Medicina, Psicologia e do Serviço Social.

Na ocasião, os participantes elencaram os pontos críticos da gestão da saúde, falaram sobre as medidas que já foram tomadas pelas órgãos de controle e quais deverão ser as próximas estratégias, de forma que haja resultado prático na melhoria da prestação dos serviços e efetivação do direito à saúde. Todos foram enfáticos ao afirmar que os problemas da saúde no Tocantins não podem ser atribuídos à falta investimentos, pois o Estado já investe cerca de 22% dos recursos que arrecada, muito acima do mínimo de 12% determinado pela Lei Complementar 141/2012.

A ineficiência da gestão dos recursos financeiros e os deveres funcionais dos servidores que atuam no âmbito do SUS predominaram nas discussões.

A promotora de Justiça Maria Roseli de Almeida Pery propôs que a Audiência Pública trate da efetivação da Rede de Atenção à Saúde no Tocantins, tomando-se por base o Decreto 7.508/2011, entre outras normas sanitárias, oportunidade em que apresentou dados levantados pela Promotoria de Justiça acerca da fragilidade dessa Rede.

Sugeriu que conste como pauta da Audiência o descumprimento das metas pactuadas entre os Municípios e o Estado, os pontos que devem integrar a Rede de Atenção à Saúde, a definição dos processos de trabalho e o fluxo dos usuários; e a competência da União, do Estado e dos Municípios para a efetivação da Rede, sobretudo, quanto ao eixo de financiamento da União.

A promotora de Justiça também concluiu que a precariedade dos serviços de saúde no Tocantins é reflexo da reiterada ineficiência estatal, no que tange à gestão do Sistema, em todas as direções, sobretudo, quanto ao descumprimento das normas sanitárias.

Ao fim do encontro, definiu-se que as instituições de controle se reúnam na próxima segunda-feira, 19, para definir os pontos jurídicos que serão levados para a audiência, cabendo aos Conselhos éticos discutir com seus integrantes os pontos prioritários a serem tratados na Audiência, cuja data ainda será definida.

Para Maria Roseli, “a conjunção de esforços e a atuação em rede por parte dos órgãos de controle do Estado e de defesa da cidadania são de suma importância para o aprimoramento das estratégias voltadas para a efetivação do direito à saúde de todos, de maneira integral, universal e igualitária”.

Participaram da reunião o Procurador da República Fernando Antônio de Alencar; o Defensor Público Arthur Luiz Marques Pádua; o presidente da OAB/TO, Walter Ofugi; conselheiros da OAB, representantes do Conselho Municipal de Saúde e dos Conselhos de Psicologia, Medicina e Serviço Social.