No Tocantins o milho verde é cultivado em pequenas propriedades de agricultura familiar e nos projetos hidroagrícolas, São João (Porto Nacional) e Manuel Alves (Dianópolis). Os produtores de milho verde do Projeto Irrigado São João, têm garantido o abastecimento do mercado na Capital, Palmas/TO. A variedade plantada é a AG 1051, porque os grãos são mais graúdos e atendem as necessidades na produção de pratos à base de milho verde, como curau, canjica e pamonha.
A Secretaria do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro), juntamente com o Instituto de Desenvolvimento Rural (Ruraltins), acompanha e orienta os produtores para a produção. Entre as tecnologias utilizadas estão o sistema de irrigação por gotejamento, microaspersão e o escalonamento da produção, que garantem a produção e a oferta de milho, para ser consumido in natura, o ano inteiro, fidelizando o mercado.
O cultivo do milho verde para ser consumido ‘in natura’ é uma opção de grande valor econômico para esses agricultores que, geralmente, utilizam mão de obra familiar. Ter o milho verde para oferecer durante todo o ano garante a comercialização. De acordo com o gerente de abastecimento da Central de Abastecimento de Hortifrutigranjeiros - (Ceasa de Palmas) Jackson dos Santos Carreira, 60% do milho in natura consumido no mercado de Palmas é produzido no Projeto São João e no município da Capital.
Segundo o engenheiro agrônomo da Seagro, José de Assis Carolino, como o produto é altamente perecível, o desejável é que os cultivos estejam próximos ao centro consumidor, como é o caso do Projeto Irrigado São João. “Outra vantagem é que o cliente vai buscar o produto na plantação, o que diminui os custos para o produtor, melhorando também o preço para o consumidor”, esclarece.
Escala de produção
Para poder ofertar milho verde sempre, conseguir bons preços, garantia de comercialização e renda mensal, o produtor deve organizar sua produção em escala, explica José de Assis. “Plantando num período de três em três meses, que representa o ciclo do milho do plantio até a colheita, o agricultor terá sempre milho no ponto de comercialização, fidelizando o mercado e garantindo a comercialização”, orienta.
O agricultor Geremias da Costa Sobrinho que cultiva milho verde no Projeto de Irrigação São João, é um exemplo de quem apostou na escala de produção e conseguem vender a produção na propriedade. “Na roça o balaio com 120 espigas está custando, em média, R$ 120,00. Vendo tudo para um comerciante de Palmas”, afirma. “Dá uma boa renda. Invisto na faculdade de agronomia do meu filho, que já me ajuda na produção”.
Irrigação
No projeto São João, as tecnologias de irrigação por gotejamento, conhecida por irrigação localizada, ou ainda a irrigação por micro aspersão são recomendadas por reduzirem o custo de produção, devido o baixo consumo de água e menor gasto com mão de obra. “A eficiência da irrigação por aspersão chega até a 85%, sendo o mais indicado no cultivo do milho verde devido o sistema radicular da cultura, cujas raízes ocupam um espaço maior e precisam estar úmidas para absorver bem os nutrientes”, explica o engenheiro agrônomo.
Colheita
José de Assis Carolino orienta que a colheita deve seja feita de forma a aumentar o período de comercialização e que o produto é altamente perecível por isso deve chegar aos pontos de venda o mais rápido possível. “Geralmente a colheita é feita manualmente e iniciada de madrugada, quando a temperatura é mais amena e as palhas das espigas ainda estão bem frescas”, informa o agrônomo. “Para aumentar o tempo de comercialização o milho verde deve ser colhido em média com 75 dias, quando os grãos ainda estão no estado leitoso, apresentando de 70% a 80% de umidade”, informa.