Representantes de diferentes instituições vão debater sobre nessa quarta-feira, 13 de setembro, as tendências agroclimatológicas para a próxima safra no Tocantins. O encontro, em sua terceira edição, acontecerá no auditório da Embrapa na capital Palmas e a participação é gratuita.
Um dos palestrantes é Jones Simon, pesquisador ligado ao núcleo temático da Embrapa Pesca e Aquicultura que trabalha com sistemas agrícolas. Ele vai falar do impacto que o clima teve na última safra nas culturas de soja e milho no estado. Segundo Jones, “podemos dizer que a safra 15/16 foi drasticamente afetada, proporcionando produção bem abaixo do esperado para o Estado (quebra de no mínimo 40%). Já a última safra deu bons frutos, pelas ótimas condições climáticas que ocorreram”.
O pesquisador explica que “a última safra previa influências de La Niña que não se confirmaram, mantendo-se um ano em normalidade, em que até dezembro de 2016 tivemos influência do El Niño, o que acarretou chuvas abaixo do normal pra região. Com isso, houve um atraso e até mesmo algumas perdas de semeaduras, mas que no contexto geral não afetaram muito a produção do estado. A safrinha de 2017 se desenvolveu em condições ótimas, com regime de chuva normal e bem distribuído, o que possibilitou até mesmo bons rendimentos para plantios instalados tardiamente (março) ”.
De maneira oposta, na safra anterior houve influência do El Niño considerada por Jones “muito drástica”. Ele relata que “ocorreram perdas tanto na safra quanto na safrinha, pois, além do regime de chuvas ser abaixo do normal, ainda houve chuvas mal distribuídas, tivemos um dezembro com estiagem agrícola, um fevereiro seco, um abril quase sem chuvas, o que ocasionou baixa fixação de vagem e problemas de enchimento de grãos na soja (grãos mais leves), e um atraso no plantio da safrinha, com perdas elevadas em plantios realizados em março, encurtando demais a janela de plantio para a safrinha”.
O que fazer
O pesquisador cita o que o produtor rural pode fazer para diminuir eventuais prejuízos em sua lavoura causados por questões ligadas ao clima. “Um bom acompanhamento das previsões climáticas, além de um bom planejamento agrícola, são ferramentas importantes para se minimizar os impactos das influências climáticas que ocorrem na agricultura. Existirão anos em que as condições climáticas serão severas e outros com condições perfeitas; cabe planejar-se da melhor maneira para evitar investimentos grandes com risco alto de perdas, sendo necessário não apenas um planejamento econômico, mas também um planejamento técnico”, relata.
O 3º Encontro para Apresentação e Discussão das Tendências Agroclimatológicas Regional e Estadual está sendo organizado em parceria pela Secretaria do Desenvolvimento da Agricultura e Pecuária (Seagro), pela Embrapa e pela Universidade Estadual do Tocantins (Unitins). Mais informações, inclusive acesso para inscrição prévia, estão disponíveis.